quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

TORRES DE BAMBU

 Empresa desenvolve torre de bambu capaz de produzir mais de 20 litros de água por dia sem utilizar eletricidade

Valdemar Medeiros

Foto: Warka Tower

 

Ong desenvolve torre de bambu que pode gerar mais de 20 litros de água por dia para comunidades de regiões em desenvolvimento. Projeto, que não usa eletricidade, promete mudar significativamente a vida de povo africano.

Uma nova invenção poderá matar a sede de milhões de pessoas pelo mundo. Na África, por exemplo, diversas pessoas lutam para ter água potável e milhões de habitantes passam de 4 a 6 horas diárias em busca de água, e na maioria das vezes ela nem sempre está limpa. Com a população do continente africando chegando a um bilhão de pessoas, o problema está ficando cada vez maior. Pensando nisso, uma organização sem fins lucrativos desenvolveu uma torre de bambu barata e fácil de montar que ajudará a trazer água limpa para os africanos.

Torre de bambu produz mais de 20 L sem usar eletricidade

 


Warka Tower

As torres de bambu, que são capazes de recolher até 25 litros de água por dia, são chamados de Warka Water, um projeto voltado para promover o acesso à água para comunidades devastadas pela seca. Nos países em desenvolvimento há muitos problemas em relação ao acesso à água potável, tendo em vista que muita das vezes está contaminada por dejetos humanos e animais.

A má qualidade da água é a principal causa de problemas de saúde nas comunidades indígenas. Todos os anos nesses países, diversas crianças morrem de fome, desnutrição e outras condições. Essas torres de bambu são estruturas passivas que atuam com fenômenos naturais como evaporação ou gravidade. Sua instalação é algo muito simples, tendo em vista que não necessita de andaimes ou eletricidade, e são os próprios habitantes das aldeias que os constroem.

As torres de bambu são desenvolvidas com materiais locais sendo totalmente biodegradáveis. O principal componente é o bambu, apesar da fabricação exigir alguns outros elementos, como folhas de palmeira, cânhamo ou videiras. Esta é, sem dúvida, uma opção altamente econômica e ecológica para lidar com o problema do saneamento de água nesses países.

Torre de bambu pode produzir água de qualquer lugar do mundo

A Warka Tower é uma estrutura formada por malhas laranjas triangulares de 10 metros de altura que pesam 60 kg. O projeto, que não usa eletricidade, consiste em cinco módulos dispostos para coletar água potável do ar por condensação. Em média, estas estruturas conseguem distribuir entre 10 a 20 litros de água por dia pelas comunidades.

O ar geralmente possui uma grande saturação de vapor de água. Este fato torna possível coletar água de praticamente qualquer lugar do mundo. Os locais com uma porcentagem de vapor de água no ar maior são os mais indicados para a instalação deste tipo de torres de bambu. As primeiras unidades foram instaladas na Etiópia e Camarões, contribuindo significativamente com a população da região. A torre de bambu leva o nome da árvore “Warka”.

Esta é uma figueira gigante que pode ser encontrada na Etiópia e é sagrada, tendo em vista que disponibiliza sombra, comida e um local de reunião para os habitantes da região. O custo de instalação dessa estrutura está na casa dos mil dólares por peça, sendo uma ótima alternativa aos povos africanos para ter acesso a água limpa em um futuro próximo, isso tudo sem utilizar eletricidade.

Saiba como contribuir com o projeto

No site da Warka Water é possível encontrar alguns meios de contribuir para este projeto, realizando uma doação ou participando do projeto “Adote uma árvore”. Apesar do principal trabalho da Warka seja melhorar o acesso à água potável, eles também contribuem com as comunidades em que trabalham em outros aspectos.

A Ong fornece alimentos e medicamentos para crianças. Também fornecem educação para resgatá-los da pobreza e da escravidão, grande parte dos países em desenvolvimento sofreu grandes ações de desflorestação nos últimos anos, e por isso um dos seus objetivos é plantar árvores. Ajudam as comunidades indígenas a obter certidões de nascimento e outras provas de cidadania.

 

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