Luis Guilherme Pontes Tavares
MUSEUS COMO OS DE WASHINGTON
Aguardo os desdobramentos mas confesso a surpresa com a notícia de que empresários e religiosos estão gestando o projeto de um museu da escravidão e da liberdade. A nota saiu na coluna “Farol” (A Tarde, 2+, 19.07.2017, p. 2) e minha reação se deve ao fato de que há quatro equipamentos culturais em Salvador dedicados à herança africana: Museu Afro-Brasileiro (MAFRO), da UFBA, Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira (MuNCAB), Casa do Benin e Coleção Cláudio Massella de Arte Africana (Solar Ferrão).
Nenhum deles me parece completo.
Em fevereiro do corrente ano, cometi o artigo “O melhor destino para o São Marcelo” (abaixo) e propus que, sob a curadoria do poeta e médico José Carlos Capinan, se reunisse o acervo dos quatro endereços em um só local.
A notícia do novo museu de Salvador me remeteu às lembranças dos passeios na capital dos EUA e na visita aos muitos museus, alguns dos quais sob a tutela do Smithsonian Institution.
Verifiquei, então, na web, que Washington ganhou, em setembro de 2016, o novo Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana (The National Museum of African American History & Culture) – link abaixo.
O arrojado projeto dos arquitetos afrodescendentes David Frank Adjaye, 51, natural da Tanzânia; J. Max Bond Jr, 82 anos, norte-americano, e Philip Freelon, 65 anos, também norte-americano, foi edificado na Constitution Avenue NW, 1400, a grande avenida que concentra museus e monumentos na capital dos EUA.
Estou certo de que o novíssimo museu de Washington (...) não é mais importante do que os vizinhos e esses estarão no mesmo lugar, bem-arrumados e cheios de novidades a qualquer tempo em que o bom Deus me animar a retornar mais uma vez a Washington.
Espero que, até lá, se tenha resolvido o que é mesmo que a Cidade do Salvador quer da vida!
Espero que, até lá, se tenha resolvido o que é mesmo que a Cidade do Salvador quer da vida!
ESCREVI NO FACEBOOK:
Meu amigo Luis Guilherme Pontes Tavares. Sua proposta é linda, mas totalmente utópica, já que a Casa do Benin é da prefeitura, o Mafro é da Ufba, o MunNCab é federal, a coleção Massella (de cópias) é do Estado e a Casa de Angola, só existe para agradar ao ditador de Angola, grande "colega" da Odebrecht. A burro-cracia e falta de maturidade cívica impedirá ainda por muitos anos que haja uma política que tenha a Coisa Pública como referência...
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