quinta-feira, 19 de outubro de 2017

PARA NÃO ESQUECER CANUDOS


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Quando encontro os “jaguncinhos de Calasans”, grupo discípulo do professor José Calasans (1915-2001), constituído de professores, artistas e pesquisadores que se dedicam ao estudo de Antonio Conselheiro e da Guerra de Canudos, tenho insistido na sugestão de eleger a escultura do beato que o artista plástico baiano Mário Cravo Filho (94 anos) talhou em 1955 como o ícone dos episódios que marcaram a história brasileira desde o final do século XIX. Eles recebem a sugestão com agrado.
A bem da verdade, a minha sugestão faz eco à decisão inconclusa que o Governo da Bahia tomou em abril de 2008 quando encomendou ao artista a réplica em bronze do seu “Antonio Conselheiro”, cujo original em madeira permanece exposto no Parque das Esculturas do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), na Contorno. A réplica seria instalada na frente do Teatro Castro Alves, no mesmo local em que a peça original fora exposta na década de 1960 por iniciativa do arquiteto Lina Bo Bardi, então diretora do MAM. O projeto não foi adiante devido a exoneração do secretário de Cultura daquele ano.
O original, depois de contrastar com a bela fachada do TCA, foi transportado para os recônditos da área interna da antiga Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus. Ele estava ali, na década de 1970, em plena ditadura civil-militar, no período em que fui aluno da UFBA – havia aulas dos cursos de Humanas no velho prédio. Há uma réplica da “Antonio Conselheiro” de Mário Cravo Filho, feita em resina, no Memorial Antonio Conselheiro, em Canudos.
A propósito do tema em apreço, tomei conhecimento da Indicação 22.279/2017, do deputado Rosemberg Pinto, encaminhada ao Governador do Estado, para denominar de “Antonio Conselheiro” a estação do metrô que servirá ao Aeroporto Internacional Deputado Luis Eduardo Magalhães e vizinhanças. A indicação também propõe que o Governo instale na citada estação o Memorial Antonio Conselheiro/Canudos e assim repare a ausência de equipamento cultural, na capital baiana, dedicado ao personagem e aos episódios que marcaram a existência daquele que nasceu em Quixeramobim, no Ceará, em 13 de março de 1830, e morreu no sertão da Bahia, na sua Belo Monte, em 22 de setembro de 1897.

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