Justiça suspende peça com Jesus transexual; 'Uma completa loucura', critica Guerreiro
A peça “O Evangelho Segundo Jesus, a Rainha do Céu”, que traz uma atriz transsexual no papel de Jesus e seria encenada nesta sexta-feira (27), às 20h, no Espaço Cultural da Barroquinha, foi suspensa.
A decisão, do juiz Benício Mascarenhas Neto, da 11ª Vara Cível e Comercial de Salvador, acatou a liminar do deputado estadual Pastor Sargento Isidório (Avante) (veja aqui).
Segundo Fernando Guerreiro, diretor-presidente da Fundação Gregório de Matos (FGM), que cuida do Espaço Cultural da Barroquinha, a liminar chegou em um horário estratégico que impediu qualquer reação do órgão. “Não temos como entrar com recurso. É impossível fazer alguma coisa”, lamentou.
Sobre o texto da decisão do juiz, o diretor da FGM classificou a determinação como “uma completa loucura”. "Os argumentos levantaram questões religiosas e isso é um absurdo, mas não queria entrar em juízo de valor", criticou.
De mãos atadas para reverter a situação nesta tarde, Guerreiro falou em articular a classe artística da cidade e esperar a segunda-feira para observar o andamento do processo.
Autor do pedido que culminou na suspensão da peça, Isidório comemorou a decisão. Para ele, não há nenhum “lado” na decisão do magistrado. “Eu vejo essa decisão com a dignidade do Judiciário baiano, dos magistrados. A liminar não é sequer porque sou pastor. Foi uma liminar de um cidadão que tem mandato dado pelo povo e tem que defender todas as religiões”, afirmou.
O parlamentar também criticou os integrantes da produção da peça e disse, assim como no pedido de liminar, que o espetáculo estimula a intolerância religiosa no país.
“Eu conheço gays e lésbicas e sei que eles não se sentem representados por esse grupinho de canalhas, asquerosos. Lá na França, por coisa menor, 12 jornalistas foram assassinados. Com a fé alheia, não se brinca”, atacou.
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