segunda-feira, 18 de março de 2024

A ODEBRECHT MUDOU DE NOME...

 ... MAS NÃO DE FILOSOFIA.


CONSTRUÇÃO DE TORRES NA PRAIA DO BURACÃO PODE EXIGIR OBRAS DE ALTO CUSTO PARA ALARGAMENTO DAS FAIXAS DE AREIA

admin - 16/03/2024 09:24 - Atualizado 17/03/2024

O projeto de construção de três torres na Praia do Buracão, no Rio Vermelho pode levar, por causa do sombreamento das praias, à necessidade de obras de alargamento das faixas de areia como em cidades como Fortaleza e Balneário Camboriú em Santa Catarina. As obras de engorda das praias após a construção de empreendimentos desse tipo  custou  em Balneário Camboriú (SC) R$ 66 milhões e outro tanto em Jaboatão dos Guararapes (PE). Nos últimos anos, a Justiça vetou a construção de espigões nas orlas de Santa Catarina e Espírito Santo

Segundo a reportagem “O Sol Interrompido”, publicado na edição deste sábado (16) do jornal O Globo, há temor entre ambientalistas e no Ministério do Público de que surja em um dos bairros mais famosos de Salvador o mesmo problema de outras cidades do litoral: a sombra dos grandes prédios na faixa de areia. Além de espantar os banhistas, a verticalização leva ao avanço do mar sobre calçadões, o que já exigiu obras de alargamento das faixas de areia em cidades como Fortaleza e Balneário Camboriú (SC).

A obra vai começar este ano e  prevê a construção de três edifícios com 15 e 16 andares pela OR Incorporadora, do Grupo Novonor (antigo Odebrecht).

Em novembro do ano passado, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), afirmou que se o projeto no Rio Vermelho “cumprir as exigências legais” não será vetado. Mas no início deste mês, o Ministério Público da Bahia recomendou à Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo do município que não autorize a construção de qualquer empreendimento na orla sem que seja analisado um estudo ambiental de sombreamento. A recomendação aponta que os prédios mudariam substancialmente a configuração original da praia e seriam uma “afronta à legislação urbanística e ambiental”.

Os prédios foram projetados para duas áreas adquiridas por R$ 16 milhões em junho e setembro de 2022, onde atualmente estão três casas abandonadas.

Nesta semana, uma audiência pública debateu pela quarta vez o projeto na Câmara dos Vereadores. A discussão foi convocada pelo presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB), autor de um projeto de lei que declara utilidade pública das áreas onde os prédios podem ser construídos. A Prefeitura recentemente aprovou na Câmara Municipal de Salvador (CMS) o projeto de lei com votos contrários da bancada de oposição que coloca à venda vários terrenos da cidade, inclusive áreas verdes no Morro Ipiranga, Corredor da Vitória e outros que são cobiçados por grandes construtoras. (Veja aqui). A venda de terreno no Corredor da Vitória está sendo questionada pelo Ministério Público. (Veja aqui). Com informações de O Globo.

 

 

Foto: Projeção de sombras que incidiriam sobre Praia do Buracão caso sejam construídas as três torres planejadas pela Novonor (antiga Odebrecht) no Rio Vermelho, em Salvador — Foto: Ilustração do arquiteto Daniel Pessoa a partir de detalhes do projeto/Movimento SOS Buracão

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