Arquiteto critica prática que permite aumentar o potencial construtivo de um terreno: "uma imoralidade"
Documento serve para pagar proprietários de terrenos que sejam do interesse da cidade
Foto: Fernanda Vilas Boas/Metropress
Em entrevista à Rádio Metropole nesta quinta-feira (14), o arquiteto Fernando Peixoto criticou o uso da Transferência do Direito de Construir Transcon em Salvador e disse que é "uma imoralidade". O Transcon é um documento expedido pela Prefeitura para pagar proprietários de terrenos que sejam do interesse da cidade. Com ele, é possível aumentar o potencial construtivo de um determinado terreno.
"O Transcon é uma imoralidade e uma auto-desmoralização. Pela lei, um terreno dá [para construir] um prédio de dez andares, aí você paga para poder colocar 20 andares. O Transcon faz com que dobre de tamanho", disse durante entrevista a Mário Kertész.
Ainda durante a entrevista, o arquiteto citou a venda de uma área verde no Corredor da Vitória, cujo leilão que estava previsto para a próxima sexta-feira (15) foi suspenso após decisão da 6ª Vara Federal de Salvador, em resposta a uma medida de urgência requerida pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU/BA). "Estão vendendo a área verde da vitória, mas não para ocupar, mas ela vai entrar no coeficiente. Pega o terreno, coloca no coeficiente e depois um transcon e a construção vai dar um prédio de 200 andares", apontou.
Confira a entrevista na íntegra:
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