quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O PALÁCIO DE VERSALHES

Incrível: vídeo em animação mostra a história da construção de Versalhes, o palácio mais luxuoso da Europa!

Por: Renato Drummond Tapioca Neto
De um modesto pavilhão real de caça, localizado numa pequena vila do século XI, Versalhes se tornou o mais magnífico palácio da Europa. Sua construção durou quase todo o reinado de Luís XIV e reflete o poder e a grandeza do chamado rei Sol. Entre os séculos XVII e XVIII, foi o cento do poder político da monarquia francesa, ocupando uma área equivalente a 12 campos de futebol americano e capaz de acomodar cerca de 20.000 pessoas. O palácio monumental, transformado em museu no século XIX, hoje é um símbolo tanto do antigo regime absolutista, como também da imortalidade do rei que ordenou a sua construção. Para demonstrar o processo de edificação de Versalhes, o Google Cultural Institute patrocinou a criação de um curta-metragem, de aproximadamente 8 minutos, que mostra detalhadamente a evolução do prédio em etapas: desde o reinado de Luís XIII, quando era apenas um Pavilhão de Caça Real, passando pelas transformações nos governos de outros soberanos, como Luís XIV, Luís XV, Luís XVI, Napoleão, entre outros, até a atual República Francesa. Confira:


A transformação do Palácio de Versalhes a partir de suas origens humildes em um escopo monumental foi impulsionado pelos grandes projetos de construção patrocinados por Louis XIV. Suas expansões iniciais foram elaboradas e supervisionados pelo arquiteto Louis Le Vau (1661-1678). Conforme o vídeo demonstra, os últimos anos trouxeram mais alargamentos, adições estruturais, reformas e remodelações. Curiosamente, as despesas inciais para o projeto de construção foram vistas como assunto privado para a dinastia Bourbon. Dessa forma, o financiamento veio de receitas próprias do rei, incluindo lucros gerados a partir da Nova França (atual Canadá), que na época era considerada como uma propriedade privada do rei e, portanto, isenta do controle parlamentar.

Salão dos Espelhos do Palácio de Versalhes

Para economizar (se é que podemos utilizar essa palavra), Luís XIV ordenou que os materiais utilizados para a construção fossem preferencialmente de origem francesa, incluindo até mesmo os espelhos usados dentro do famoso Salão dos Espelhos (embora Veneza praticamente tivesse o monopólio sobre a produção de vidro no período). No entanto, quando sua versão opulenta foi exibida com sucesso pelos Bourbon, a propensão para o uso de materiais franceses não impediu que os custos astronômicos de renovação e manutenção do palácio real continuassem a subir. Por exemplo, a balaustrada de prata no interior do apartamento do rei poderia conter mais de uma tonelada de prata, que possivelmente custaria mais de 560.000 libras. Apesar disso, é muito difícil identificar o custo exato do edifício, dado os parâmetros variantes de construção, renovação e manutenção do mesmo. No entanto, algumas estimativas modernas dizem que, no seu auge, os custos de manutenção para o palácio (incluindo logística e comida para a equipe) equivalia de 6 a 25 por cento de toda a receita do governo francês. Em moeda atual, os gastos com Versalhes ao longo dos anos teria chegado a 299 bilhões de dólares.
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Conforme mencionado pelo comentarista do vídeo, o Palácio de Versalhes foi o lar de um grande número de funcionários, devido ao fato de ser a corte dos governantes franceses da Dinastia de Bourbon. Foi também o lar de mais de 3.000 príncipes, cortesãos, ministros e seus agentes. Curiosamente, a configuração espacial dentro do palácio era determinada pela hierarquia do status social de seus moradores. Assim, os habitantes que viviam mais perto de aposentos do rei tinham uma posição mais vantajosa. Ao mesmo tempo, os monarcas Bourbon abrigavam nobres ‘problemáticos’ dentro do Grand Chateau, numa tentativa de manter um olhar mais atento sobre os mesmos. A esses nobres, apesar de seu alto status social, às vezes eram oferecidas acomodações relativamente insignificantes, com apartamentos de dois quartos, tornando-os prisioneiros dentro de uma espécie de “gaiola dourada”. Foi o cenário de mais de 100 anos de intrigas reais e palco da fase de maior glória da monarquia francesa, como também de seu derradeiro fim.

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