terça-feira, 16 de agosto de 2016

MARAVILHA ATÉ NO NOME

OLÍVIA SOARES
Maravilha até no nome, siga na boa, Elke.
Uma mulher com história, autêntica, divertida, corajosa, capaz de um ato imenso nos piores dias dos anos de ditadura militar no Brasil.
Amiga de Zuzu Angel, era modelo e fez desfiles para a maison da estilista. Ao desembarcar no Aeroporto Santos Dumont, Elke Maravilha rasgou um cartaz com as fotos dos procurados pela ditadura que estava colado na parede. Entre os procurados estava Stuart Angel, filho de sua amiga. Não titubeou, rasgou o cartaz.
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Era fevereiro de 1972, anos de tenebrosas lembranças, alegaram que o ato dela poderia "prejudicar a localização de Stuart". Detalhe: Naquele momento, Stuart Angel já estava morto, foi torturado barbaramente nas dependências da Base Aérea do Galeão em 14 de junho de 1971. Arrastado por um carro com a boca pendurada ao cano de descarga.
Esse ato de bravura e solidariedade causou a prisão de Elke e a perda de sua cidadania brasileira. Por anos virou apátrida, até que requisitou novamente sua cidadania alemã. Perdeu importantes trabalhos artísticos.
Com participações em filmes como "Xica da Silva" (1976) e "Pixote, a lei do mais fraco" (1981), Elke ficou muito famosa por seu trabalho na TV como jurada do programa de auditório de Chacrinha. Alô, Alô, Elke Maravilha, muito obrigada.

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