Paulo Ormindo de Azevedo
como era a avenida paralela...
... e como é
Na revista Piauí, de 26/01/18, Francesco Perrota-Bosh lamenta o impacto visual da linha 2 do nosso metrô, a segregação dos bairros e a destruição do jardim de Burle Marx. Isto provocou a reação de Rómulo Orrico, que se diz envolvido com a questão desde o projeto do BRT, de 2011, vide Facebook (1/2/18). Há nos dois artigos equívocos. O primeiro que o jardim seria de Burle Marx, o segundo que ninguém protestou. Desde 2009 venho discutindo neste jornal e no Facebook as soluções para a Paralela, advertindo para as consequências da intervenção adotada. Foram artigos sem ecos: Salvemos Salvador (23/7/09), BRT, VLT, Metrô e a Copa (9/6/11), Happy end na Paralela (26/6/11), Esperando o bonde (17/6/12), Metrô só não basta (14/4/13), Metrô, mais do mesmo (1/9/13), O barato sai caro (10/11/13), O legado da Copa (16/03/14), Dividindo Salvador ao meio (15/2/15).
O artigo original, embora não me cite, é uma súmula dos meus escritos. Fui o primeiro a propor o cut and cover, como em Brasília, e denunciar que o metrô desflorestava e dividia a cidade. A réplica não nega que o metrô divide a cidade, senão que ela já estava dividida pela Paralela e que o canteiro central não era um parque. Mas pelas manhãs havia centenas de pessoas correndo e milhares de arvores, de 40 anos, foram arrancadas. Concordo que os carros dificultavam a transposição da Paralela. Mas se podia cruza-la nos semáforos, que controlavam a velocidade dos carros. Em San Francisco, que tem um dos melhores metrôs do mundo, se manteve o cable car com essa função.
O metrô opera, mas é uma obra isolada, em uma cidade sem planejamento. Suas macro-estações não se articulam com linhas de ónibus que deviam alimentá-lo, mas competem com ele. Muitas foram desativadas, perdendo capilaridade, eficiência e conforto do cidadão. Nos raros viadutos que ligam as cidades desiguais, pedestres e ciclistas são vetados. As passarelas estão afastadas quilômetros e os acessos as estações são longos e em zig-zag. Pode ser metrô, mas dividiu ferreamente a cidade e destruiu um de seus mais aprazíveis pulmões.
SSA: A Tarde de 11/2/18
Prezados confirmo com muita alegria que o jardim da paralela foi desenhado por um professor da Escola de Agronomia de Cruz das Almas, chamado Grimaldo Paternostro. "Tio Guima" que nos falava com muita satisfação do seu trabalho, de conseguir organizar os grupos das preciosas mudas de árvores e plantas do extenso jardim. Salvo melhor juizo! Mas esse não foi Burle Max...rsrs
ResponderExcluirFeliz e honrado com a informação de que o saudoso professor da minha Escola de Agronomia da UFBA foi o realizador do projeto da Avenida Paralela!
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