- O senhor, com tantos livros certamente conhece Dostoiévski.
- Doutor o quê?
- Évski.
- Claro. Bom médico!
- E Ninguém escreve ao coronel, de Machado de Assis...
- Li. Duas vezes.
- Com certeza, entre os russos, não deixou Tolstói de lado.
- Sim. Assisti, com meu netinho, Toy Story.
- Na sua estante eclética deve ter espaço também para Os Sertões, de Thomas Mann.
- Claro. É de lei.
- Também para o Guarani, de Graciliano Ramos.
- Quem não leu, não sabe o perdeu.
- Aposto que o meritíssimo, com tanto mérito de leitura, também já deve ter lido Iracema, de Jean-Paul Sartre...
- Três vezes.
- Compreensível: por Jean, Paul e Sartre, os Três Mosqueteiros.
- Sem dúvida.
-E o que dizer de Espumas Flutuantes, de Carlos Drummond de Andrade?
- Boa trama.
- Sua sensibilidade artística não deve ter dispensado Jubiabá, de Gorki. A mãe, de Jorge Amado...
- A mãe de Jorge Amado não conheci não. Conheci a esposa dele, Dona Zélia Gattai. Senhora muito elegante.
- Imagino o meritíssimo debruçado, com enlevo e devoção, sobre as páginas de Os Irmãos Karamazov, de Cecília Meireles; A Montanha Mágica, de Pedrito Santiago de Oliveira Júnior; Dom Quixote, de Dante Alighieri; A Divina Comédia, de Miguel de Cervantes; a Odisseia, de Adelaide Carraro;
Vidas Secas, de Virginia Woolf, Grande Sertão: Veredas, de James Joyce, e tantas outras obras-primas.
- Você é vidente? Acerta tudo. Sempre dei audiência a todos eles.
- Me empresta um livro?
- Agora, você me pegou!
- Por quê?
- Deixei de emprestar , porque tenho uma biblioteca na rua de livros emprestados e não devolvidos.
- Igual a esta?
- Bem maior.
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