domingo, 11 de junho de 2023

ARTUR BISPO DO ROSÁRIO

 


Arthur Bispo do Rosário (14 de maio de 1909 ou 16 de março de 1911 - 5 de julho de 1989) foi um artista de fora brasileiro. Diagnosticado com esquizofrenia, viveu 50 anos numa instituição psiquiátrica no Rio de Janeiro, onde criou obras de arte com objetos encontrados, como parte de uma "missão divina". As suas obras ganharam reconhecimento entre os críticos de arte quando foram exibidas pela primeira vez na Bienal de Veneza em 1995.



Biografia
Nascido em Japaratuba, no estado de Sergipe, o Bispo do Rosário ingressou na Marinha em 1925 e mais tarde trabalhou como pugilista e faz-tudo. Entre 1933 e 1937, trabalhou no Departamento de Luz de Bondes da cidade do Rio de Janeiro e como doméstica da família Leoni no bairro de Botafogo.

Na noite de 22 de dezembro de 1938, o Bispo do Rosário viveu alucinações que o levaram a visitar seu empregador, o advogado Humberto Magalhães Leoni, a quem disse que iria se apresentar à Igreja Candelária. Depois de vaguear pelas ruas do Rio, eventualmente dirigiu-se ao Mosteiro de São Bento, onde anunciou a um grupo de monges que era Jesus Cristo, enviado por Deus para estar encarregado de julgar os vivos e os mortos. Dois dias depois foi preso pela polícia, registrado como indigente e comprometido com o Hospício Pedro II, a primeira instituição mental oficial do Brasil.

Um mês após sua internação, foi transferido para outra instituição psiquiátrica, Colônia Juliano Moreira, localizada no subúrbio de Jacarepaguá, sob o diagnóstico de "esquizofrênico-paranóico. " Aqui ele recebeu o paciente número 01662, e deveria permanecer por mais de 50 anos.


Durante sua estadia na Colônia Juliano Moreira, o Bispo do Rosário começou a modelar obras de arte de diferentes tipos de materiais encontrados ao redor da instituição. Estas obras foram destinadas a marcar o falecimento de Deus na Terra, e não como arte por causa própria: a sua obra mais conhecida é o Manto da Apresentação, que ele pretendia usar no Dia do Juízo Final. Bispo do Rosário disse sobre a sua arte "As vozes dizem-me para fazer desta forma". Temas comuns no seu trabalho incluem navios (um tema recorrente devido à sua relação com a Marinha na sua juventude), banners e objetos domésticos.


Bispo do Rosário morreu no dia 5 de julho de 1989, na Colônia Juliano Moreira, após passar por um infarto. O seu trabalho foi mais tarde descoberto e elogiado pelos críticos de arte, que o classificaram como vanguardista e compararam-no com os feitos por Marcel Duchamp.

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