sábado, 12 de janeiro de 2019

A CULTURA COMO PROPOSTA DESCARTÁVEL

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"IPAC desenvolve ações para a Copa 2014 em Salvador"
Você já viu algum destes projetos realizado? 

Publicado nestas mesmas páginas no princípio do ano, “A irrelevância da cultura” de Oscar Dourado teve um forte impacto sobre a opinião dos que ainda acreditam que a cultura é essencial ao ser humano pós-Luzia.
Como ignorar a decadente trajetória da política estadual em matéria de apoio a criação artística e preservação do patrimônio histórico da Bahia?
Desde 2007 a queda se agrava. A arrogância de um mal preparado secretário de cultura resultou nos gastos indevidos de uma mítica Vila Nova Esperança - até hoje inacabada - e a total falta de estruturação dos Pontos de Cultura, quando os responsáveis achavam mais confortável ficarem sentados nos escritórios, afogando os participantes em trâmites burocráticos em vez de se deslocarem pessoalmente para fiscalizar in loco.
O secretário seguinte dava prioridade a quem ostentava a carteira do partidão. Foi vaiado. A república para estudantes andaluzes na Rua do Tesouro, abandonada. O convento de São Francisco, arruinando.  O Museu do Cacau esquecido. O cineteatro Jandaia, prestes a desmoronar. Os centros culturais do interior, fechados. Obras malfeitas em calçadas com inúteis quilómetros de piso tátil. Escandaloso desperdício do dinheiro público enquanto governadores da esquerda bebem Romanée-Conti, compram apartamentos no Corredor da Vitória e fazendas na Chapada Diamantina. Eu sou mais José Mujica.


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O palco móvel do Largo do Pelourinho, o sumiço dos editais, museus entregues a apadrinhados ideologicamente corretos sem a mínima noção de identidades e especificações, praias imundas sem qualquer infraestrutura para atender banhistas, sejam eles baianos ou turistas, destruição sistemática do pouco que nos resta de mata atlântica, desprezo pelo alto potencial cultural e turístico do Recôncavo, o Arquivo Público da Quinta do Tanque, a Biblioteca Central... A lista é mais extensa que meu espaço nesta coluna.
Se a Assembleia Legislativa vai abocanhar 600 milhões de reais em 2019, o orçamento para a cultura será de 44 mi, sendo que 30 mi irão para salários e despesas administrativas. Ou seja: a dinâmica cultural terá que se contentar com 0,1% do orçamento total, com repercussão imediata sobre a Educação e o Turismo. O governo do Ceará, entre outros, investe 0,10 %. Ou seja: 196 milhões.

Para coroar tamanha leviandade, estes senhores insistem em nomear para superintendentes do IPHAN elementos que nada entendem de preservação patrimonial, se omitem ou fazem conchavos por interesses que nada têm a ver com cultura. E a mudança de mentalidade para um maior respeito por estes valores tão pouco virá do atual governo federal
Por quantos anos ainda continuaremos na escuridão deste túnel desesperador?






3 comentários:

  1. Precisamos dar nomes aos BOIS. Os últimos 4 secretários foram Márcio Meirelles, Albino Rubim, Jorge Portugal e Arani Santana. É deles q vc está falando?

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