quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

CARNAVAL NO SANTO ANTÔNIO

Moradores e moradoras e simpatizantes do bairro do Santo Antônio Além do Carmo: Somos contra megaeventos no bairro histórico e residencial do Santo Antônio Além do Carmo

Moradores e moradoras e simpatizantes do bairro do Santo Antônio Além do Carmo: Somos contra megaeventos no bairro histórico e residencial do Santo Antônio Além do Carmo

Na condição de moradores e moradoras do bairro histórico do Santo Antônio Além do Carmo, questionamos a atitude da prefeitura da cidade de Salvador de, mais uma vez e sem o devido diálogo com a comunidade, apoiar megaeventos nesta localidade, atraindo para um espaço geograficamente limitado e de importante valor histórico shows e artistas com grande impacto sonoro, assim como grande circulação de pessoas e veículos motorizados.
Além de ter dimensões exorbitantes para as proporções do bairro, e de causar impacto direto na circulação e no bem-estar de moradores e moradoras (incluindo significativo número de pessoas idosas moradoras da região do Largo),  shows de artistas famosos como Jammil, -- programado para este domingo, 13 de janeiro -- ultrapassam os limites de som estipulados para áreas históricas, aglomeram quantidade muito maior de pessoas e carros em ruas estreitas sem nenhum planejamento ou critério, acumulam excesso de resíduos em ruas e praças (especialmente latas e garrafas de cerveja), atraem dezenas de pessoas que urinam nas portas dos casarios, e não apresenta planejamento de segurança pública para o evento. Igualmente, a Praça do Largo do Santo Antônio tem plantas pisoteadas e depredadas, muitas vezes plantas colocadas pelos próprios moradores e moradores que em seu dia-a-dia procuram cuidar do espaço. 
Fazemos a ressalva de que não somos contra eventos e atividades culturais em nosso bairro, que é em essência um local que respira arte. Porém, acreditamos que existem fatores como “respeito às legislações vigentes” quanto ao excesso de som e “respeito aos limites estruturais e geográficos do bairro”, assim como “respeito a moradores e moradoras de diferentes faixas etárias e condições de saúde e mobilidade” que inegavelmente precisam ser levados em conta na organização ou autorização de qualquer tipo de evento nesta localidade. Como moradores e moradoras cientes da importância da voz da sociedade civil na cogestão de uma cidade, enfatizamos ainda a necessidade de o poder público de dialogar com moradores e moradoras do bairro, em formato de consulta pública, a intenção de realização de quaisquer eventos que por suas proporções possam interferir diretamente no bem-estar e na mobilidade de quem vive na região, e que não divulgue um evento como esse a menos de uma semana de acontecer, fazendo com que a comunidade local tome conhecimento tardiamente, e em grande maioria, através de redes sociais.

No ano de 2018, também houve um evento de grande porte que, pela previsão de causar transtornos no bairro, fez com que moradores e moradoras se mobilizassem por denunciar a inadequação do tipo do evento ao local, a falta de planejamento e cuidado da Prefeitura de Salvador em relação a todos os pontos citados acima, conforme registro no blog da Rede de Moradores Santo Antônio em Movimento: https://santoantonioemmovimento.wordpress.com/2018/01/24/nota-publica-da-rede-de-moradores-santo-antonio-em-movimento/

Reportagem veiculada pela TVE dá voz a moradores e moradoras do bairro: https://www.facebook.com/tvebahia/videos/protesto-moradores-santo-ant%C3%B4nio/1717998644924512/

3 comentários:

  1. É, nossos políticos gostam de arruinar zonas residenciais, a Barra que o diga. E com um "gosto" musical da pior categoria. Um horror. Ruy Espinheira Filho.

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  2. Toda a nossa solidariedade. Fazem muito bem em protestar. A Barra sofre há anos por esta falta de visão do poder público que teima em transformar tudo em mega evento. O pior: fica uma impressão que depois deles tudo continua sendo permitido, e como não existe fiscalização eficiente, o bairro fede, fica sujo e acaba atraindo somente os amantes da baderna.Monumentos transformados em grandes sanitários públicos, praias loteadas por permissionários que não obedecem as regras da própria PMS, e assim continua-se culpando a população , chamando de "cultural" uma falta de educação decorrente da falta de vontade política de quem nos governa.

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  3. Apoio totalmente a posição dos moradores do bairro de Santo Antônio...com certeza os transtornos são inumeraveis... há que se pensar na comunidade e não sair criando eventos que o bairro não comporta...

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