domingo, 10 de fevereiro de 2019

A BAHIA ESCRAVOCRATA

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O fetiche esparramado dos 50 anos de Donata ou, a Bahia escravocrata está viva ainda lá

Não creio que tenha se restringido apenas a uma "festa publicitária que errou feio na simbologia", como sugere Sergio Siqueira.

Há evidências da tentativa do casal Guanaes de se apropriar, pela ostentação, de simbolismos baianos, e submetê-los de modo especial aos caprichos de sinhá e do 
maître em pose de senhor de engenho.

O show estava programado para o Restaurante Amado. No Aclamação haveria um jantar, a milhares de talheres, servidos pela plebe mulata e negra, mas devidamente selecionada pela simpatia e beleza convenientes. 

Aos 50 Anos da Donata, estava programado, ainda, para o domingo dos três dias de pajelança, um brunch no Gantois. "Melhor cancelar", gritou Nizan diante da repercussão negativa e do assédio de fácil previsão.

Para a festança da cinquentenária, o Fasano, recém inaugurado, estava fechado para os convivas do casal. Os atrasados que garantissem reserva no Fera Palace ou no Wish Hotel da Bahia (ex-Sheraton). 

A capa da Vogue já estava garantida, embora houvesse dúvidas se sob as cores estampadas por la Donata, ou no preto & branco predominante no Gantois. 

O certo é que o recall da extravagância, sob vários pontos de vista, foi muitíssimo desagradável e até comprometedor para a orquestra, o cantor e, sim, um destraído governador-geral.

Sobrou Coca-Cola, Alice, no país da pizza com Guaraná.

ALBENÍSIO FONSECA

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