sexta-feira, 25 de março de 2022

O DESCASO DAS ESTRADAS

 ESTRADAS BRASILEIRAS: O DESCASO QUE MATA E QUE OS POLÍTICOS INSISTEM EM IGNORAR, POIS SÓ USAM AVIÕES.

Coluna "EM TEMPO" publicada na "Tribuna da Bahia"




Trechos inteiros destruídos em rodovias do Sul da Bahia, nas terríveis enchentes do final do ano passado, continuam intocados, sem nenhuma condição de tráfego, incluindo pontes. Lá se vão quase cinco meses, período que deveria ser suficiente pelo menos para devolver esses trechos ao tráfego com alguma segurança. Mas ainda se fala em licitação, projetos etc. Ora, quando se declara a tal "situação de emergência", não seria justo que o dinheiro fácil liberado e a dispensa de licitação incluíssem a recuperação imediata das estruturas?
E em nível nacional, eu insisto: é urgente que a mídia tome a iniciativa de abordar a carnificina nas estradas brasileiras com a profundidade que a situação exige. Limitando-se a noticiar isoladamente cada desastre, muitas vezes com famílias inteiras mortas, a imprensa acaba levando a população a encarar esse absurdo como algo corriqueiro. Não deveria ser. Falta de fiscalização, estradas péssimas e motoristas incapazes são os principais fatores que causam a tragédia. Mas não se debate isso.


Em Minas Gerais, por exemplo, as estradas federais, principalmente BRs 116, 267 e 381, foram destruídas em vários trechos e continua tudo lá: buraqueira, barrancos caídos, pontes inutilizadas e nem parece que este é o país que nos anos 1950 destruiu suas ferrovias e "priorizou" as rodovias, porque as rodovias estão em estado desesperador.
COMBUSTÍVEL "só" é problema para o cidadão comum
Dados do Portal da Transparência do Senado mostram que o Senado Federal registrou, em 2022, o mês de fevereiro “mais caro” dos últimos cinco anos, no que diz respeito a gastos da cota disponível para cada parlamentar gastar com abastecimento de carros oficiais. Os parlamentares gastaram R$ 68.324,03 dos cofres públicos para abastecerem os veículos,
valor pago (com nosso dinheiro) por 10 mil litros de gasolina comum, que permitiram aos parlamentares rodarem por 71,6 mil quilômetros.
Corta para a Suécia, país capitalista e cuja população tem um dos mais altos níveis de qualidade de vida do planeta.
Lá, carros oficiais são poucos, e para uso limitado. O Parlamento possui apenas três veículos, modelo Volvo S80. Esta frota de três está à disposição somente do Presidente do Parlamento e seus três vice-presidentes, para eventos oficiais.

PAÍS SÉRIO (I)
Os dados que aqui apresento são odiados pelos políticos brasileiros. Lembro-me que alguns anos atrás abordei o assunto em reportagem nesta "Tribuna da Bahia" e o jornal recebeu uma série de "ponderações" de parlamentares tentando "justificar" os absurdos privilégios daqui.
PAÍS SÉRIO (II)
Mas sigamos: "Não é um serviço de táxi", diz René Poedtke, do setor administrativo do Parlamento sueco. "Os carros não estão disponíveis para levá-los para casa ou para o trabalho." O único político que tem direito a carro em caráter permanente é o primeiro-ministro. O carro pertence à frota da polícia secreta sueca, a Säpo (Säkerhetspolisen). Ministros podem requisitar veículos "quando têm fortes razões para precisar de um."

UBER perdeu encanto
Enquanto se torna cada vez mais caro, e cada vez menos opção para usuários de táxis comuns, o Uber, no Brasil, agora invade também o território das motos. Em mais de 90 cidades grandes e médias do país, já se tornou ameaçador concorrente dos mototaxistas que fazem entregas.
FRASE: "O dilúvio foi um fracasso: ficou um homem." (Henri-Becquerel, 1852-1908, físico francês)

VACINAÇÃO INCOMPLETA não justifica abolição de cuidados
Liberação de público em eventos, abolição das máscaras e até mesmo a queima desses equipamentos em protesto público. Já é mesmo hora dar as costas à Covid-19?
Bem, se considerarmos os índices de vacinação, não parece recomendável exagerar. A despeito de ter um pouco mais de 70% da população com pelo menos duas doses da vacina, o Brasil ainda apresenta um quadro precário em muitas regiões, para não falar de situações bem mais graves em outros países.
Mas vamos aos números brasileiros:
Enquanto São Paulo tem mais de 83% da população com o esquema primário de imunização completo – com as duas doses –, os estados do Norte do país caminham com taxas aquém do ideal. No Amapá, apenas 45,5% da população receberam as duas doses.
Números parecidos são verificados em Roraima (47,7%), Acre (56%), no Amazonas (58,6%), Tocantins (58,8%) e em Rondônia (59,2%).
Quanto à necessária dose de reforço, de acordo com o Ministério da Saúde mais de 59 milhões de brasileiros ainda não foram aos postos de saúde para se vacinar.
Levantamento oficial divulgado na última sexta-feira identificou os cinco estados nos quais a situação é pior, em relação ao reforço: São Paulo (15,7 milhões), Minas Gerais (5,3 milhões), Rio de Janeiro (4,9 milhões), Bahia (3,6 milhões) e Paraná (3 milhões).

FRASE: "A prosperidade ou a ruína de um Estado depende da moralidade de seus governantes." (Thomas Morus, 1478-1535, filósofo, homem de Estado, diplomata, escritor, advogado inglês)

DIALÉTICA?
No Brasil, muita gente que se diz "de esquerda" ignora solenemente, por exemplo, as revelações tenebrosas sobre a fortuna bilionária de Putin (considerado o chefe de Estado mais rico do mundo) e defendem suas atrocidades na Ucrânia.
De outra parte, bolsonaristas que execram o comunismo, de repente resolveram apoiar Rússia e China.
E todos criticam discursos "agressivos" de Biden contra os ditadores russo e chinês, como se Trump fosse um gentleman.
Como já dizia minha avó, "vai entender esse mundo véio..." Hum!
Sugestões e críticas: alexferraz10@gmail.com

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