sábado, 19 de março de 2022

ZERO DOIS FOI A MOSCU

 Carlos Bolsonaro foi entender como funciona a máquina de desinformação de Putin, diz especialista

‘Com certeza, trocaram táticas e estratégias, eventualmente firmaram alguma cooperação’, afirma David Nemer, professor da Universidade da Virgínia

Na bagagem. O ex-capitão disse que viagem do filho Carlos Bolsonaro não teve custos para a União, mas não detalhou as depesas nem a agenda do “vereador federal“ na Rússia - Imagem: Alan Santos/PR e Redes sociais.


O encontro de Jair Bolsonaro com Vladimir Putin deixou setores da política nacional alarmados, e não apenas pela inconveniência da ocasião, em meio à escalada da tensão na Ucrânia. A oposição desconfiou da presença do Carlos Bolsonaro, o filho Zero Dois do presidente, na comitiva que viajou a Moscou em fevereiro. 

Em resposta a um pedido do senador Randolfe Rodrigues, da Rede, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, solicitou explicações ao Palácio do Planalto sobre o motivo da presença do “vereador federal” na missão. 

Durante a visita oficial à Rússia, Bolsonaro despistou os críticos, disse que o filho estava lá apenas para “atualizar as redes sociais”. Para desvendar a real motivação da presença de Zero Dois em Moscou é preciso, porém, reparar a inclusão de outro nome na comitiva, o do assessor especial da Presidência Tercio Arnaud Tomaz, observa David Nemer, professor da Universidade da Virgínia. Arnaud é investigado por coordenar o chamado “gabinete do ódio”, dedicado à disseminação de fake news e ataques a adversários políticos pelas redes bolsonaristas. 

É também um dos principais responsáveis pela atualização dos perfis do ex-capitão nas redes sociais, subordinado apenas a Carluxo. Para Nemer, o vereador e o assessor viajaram para entender como na a máquina de desinformação do governo Putin. “Com certeza, trocaram táticas e estratégias, eventualmente firmaram alguma cooperação.”

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