terça-feira, 26 de outubro de 2021

CIDADÃOS DE SEGUNDA CLASSE

 5 leis que os cidadãos árabes em Israel dizem que são discriminatórias

Por décadas os palestinos israelenses denunciam serem tratados como cidadãos de segunda classe.


Por décadas, as tensões entre árabes e judeus dentro de Israel foram canalizadas de forma pacífica — Foto: Getty Images/BBC


Enquanto os olhos do mundo se voltavam para o saldo trágico dos bombardeios na Faixa de Gaza, a eclosão do conflito no Oriente Médio promoveu uma nova frente de violência: a de cidadãos judeus e árabes dentro de Israel.

Em uma semana de escalada do conflito, os ataques de Israel a Gaza deixaram 248 mortos, incluindo 66 crianças, e quase 2 mil feridos. E os foguetes lançados pelo grupo palestino Hamas provocaram 12 mortes em território israelense.

As imagens do Domo de Ferro, o poderoso escudo antimíssil israelense, interceptando foguetes do Hamas rodaram o mundo.

No entanto, "as imagens mais surpreendentes de todas são da violência comunitária dentro de Israel", de acordo com Natan Sachs, diretor do Centro de Política para o Oriente Médio do Instituto Brookings, um centro de estudos com sede em Washington, nos EUA.

"Isso ameaça arrebentar as costuras do delicado e incômodo equilíbrio entre a maioria judia em Israel e os 21% de cidadãos israelenses que também são palestinos", escreveu Sachs em seu blog sobre o conflito.

"Cidades mistas judias-árabes que deveriam ser exemplos de coexistência, como Acre, Ramla, Jaffa e Lod, explodiram em uma orgia de violência e vandalismo", descreveu Shlomo Ben-Ami, historiador e ex-ministro das Relações Exteriores de Israel.


as mais de sete décadas de existência do Estado de Israel, se estabeleceu uma forma de coexistência pacífica entre a minoria árabe e a maioria judia, que não negava o conflito palestino-israelense, tampouco a percepção de discriminação denunciada pelos árabes, mas que canalizava o mal-estar por outros meios, diferentes da violência.

De acordo com o Índice de Democracia de Israel de 2020, 81% dos entrevistados árabes afirmaram que os membros dessa comunidade desejam se integrar ao país e fazer parte dessa sociedade. No entanto, apenas 35% acreditam que o governo de Israel é democrático no que se refere ao tratamento dos cidadãos árabes, o que representa uma queda de 10 pontos percentuais desde 2017.

Nos últimos anos, algumas medidas tomadas pelo Estado de Israel aumentaram a sensação de afronta entre a minoria árabe.

A Adalah, uma ONG que defende os direitos dos árabes em Israel, elaborou um banco de dados que inclui mais de 65 leis que considera discriminatórias em relação aos palestinos.

Embora muitas delas afetem os moradores da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, Amjad Iraqi, editor da +972 Magazine e analista do centro de estudos sobre questões palestinas Al-Shabaka, garante que também impactam direta ou indiretamente os árabes que têm cidadania israelense.

Ele acrescenta que muitas destas leis foram implementadas a partir da chegada de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, ao poder em 2009.


Os confrontos violentos incomuns entre árabes e judeus dentro de Israel causaram comoção no país — Foto: Getty Images/BBC

Nas mais de sete décadas de existência do Estado de Israel, se estabeleceu uma forma de coexistência pacífica entre a minoria árabe e a maioria judia, que não negava o conflito palestino-israelense, tampouco a percepção de discriminação denunciada pelos árabes, mas que canalizava o mal-estar por outros meios, diferentes da violência.

De acordo com o Índice de Democracia de Israel de 2020, 81% dos entrevistados árabes afirmaram que os membros dessa comunidade desejam se integrar ao país e fazer parte dessa sociedade. No entanto, apenas 35% acreditam que o governo de Israel é democrático no que se refere ao tratamento dos cidadãos árabes, o que representa uma queda de 10 pontos percentuais desde 2017.

Nos últimos anos, algumas medidas tomadas pelo Estado de Israel aumentaram a sensação de afronta entre a minoria árabe.

A Adalah, uma ONG que defende os direitos dos árabes em Israel, elaborou um banco de dados que inclui mais de 65 leis que considera discriminatórias em relação aos palestinos.

Embora muitas delas afetem os moradores da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, Amjad Iraqi, editor da +972 Magazine e analista do centro de estudos sobre questões palestinas Al-Shabaka, garante que também impactam direta ou indiretamente os árabes que têm cidadania israelense.

Ele acrescenta que muitas destas leis foram implementadas a partir da chegada de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, ao poder em 2009.


Os confrontos violentos incomuns entre árabes e judeus dentro de Israel causaram comoção no país — Foto: Getty Images/BBC


MAIS:


https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/05/28/5-leis-que-os-cidadaos-arabes-em-israel-dizem-que-sao-discriminatorias.ghtml?_gl=1*3hoz3z*_ga*YW1wLUh6VHV5ZkRtSnRXdzlhMUhnVjloWlFkanB3dzJ2SEJIQnRGVzFKQXFIWHZHVXJsN1ZQX2I3V1F5aXBOTUt0ZUE

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