sexta-feira, 29 de outubro de 2021

THOMAS SANKARA

O LIDER VISIONÁRIO


O "Che Guevara africano", como é conhecido, liderou a revolução de 4 de agosto de 1983 no Burkina Faso. Os ideais de Thomas Sankara, assassinado em outubro de 1987, continuam ainda hoje a orientar muitos africanos.

Nascimento: 21 de dezembro de 1949. Assumiu o poder durante a revolução de 4 de agosto de 1983. No ano seguinte, muda o nome do país: a República do Alto Volta – herança do poder colonial francês – passa a chamar-se República Democrática e Popular do Burkina Faso, que significa "país do povo honesto". Sankara acabaria por ser derrubado por um dos seus companheiros mais próximos, Blaise Compaoré, na altura vice-Presidente. Foi assassinado a 15 de outubro de 1987, juntamente com 12 dos seus companheiros.

Reconhecimento: Por ter tentado transformar o país da África Ocidental num laboratório agrícola para alcançar a auto-suficiência alimentar. O líder visionário promoveu produtos fabricados no Burkina Faso e tentou impulsionar a produção e o consumo locais. Procurou igualmente melhorar o sistema de saúde e a educação num dos países mais pobres do mundo. O próprio Sankara ficou conhecido pelo seu estilo de vida modesto. A emancipação das mulheres também foi uma das suas prioridades políticas.

Críticas: Foi criticado pelas suas ligações a Muammar Kadhafi, que esteve 42 anos no poder na Líbia.




Inspiração: Num discurso histórico feito em julho de 1987 na União Africana, em Addis Abeba, Etiópia, o Presidente do Burkina Faso denunciou a dívida e as instituições de Bretton Woods que, segundo Sankara, foram herdadas do colonialismo. Quase três décadas após o seu assassinato, o capitão ainda é visto como um herói pelos que derrubaram o regime de Blaise Compaoré em outubro de 2014. Muitos consideram-no um ícone da juventude africana. Um memorial em sua honra está a ser construído em Ouagadougou, capital do Burkina Faso.

Frases famosas:

As origens da dívida remontam às origens do colonialismo. Aqueles que nos emprestaram dinheiro são os mesmos que nos colonizaram. São os mesmos que geriam as nossas economias. Os colonizadores endividaram África através dos seus irmãos e primos que eram os credores. Não temos nenhuma ligação com essa dívida. Portanto, não podemos pagar por isso.

Eu não sou um messias nem um profeta. A minha única ambição é uma dupla aspiração: primeiro, poder falar numa linguagem simples, com palavras claras e inequívocas, em nome do meu povo, o povo do Burkina Faso; em segundo lugar, conseguir também ser a voz dos "grandes deserdados do mundo", aqueles que pertencem ao mundo ironicamente batizado de Terceiro Mundo. E para declarar, embora não consiga fazê-los entender, os motivos da nossa revolta.

Queremos ser herdeiros de todas as revoluções do mundo, de todas as lutas de libertação dos povos do Terceiro Mundo

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