Compra de viagra pode ter sido superfaturada em até 550%, diz deputado
Para apurar as irregularidades da compra de viagra pelas Forças Armadas, deputado Elias Vaz fez uma representação ao TCU. Na semana passada, detalhes do contrato para aquisição vieram a público
“O prejuízo à União pode passar de R$ 28 milhões. É dinheiro público indo para o ralo da corrupção enquanto o povo brasileiro recolhe alimentos no lixo e come sopa de osso. Essa situação precisa ser investigada”, afirma o deputado.
Na semana passada, o parlamentar divulgou os detalhes do contrato firmado entre o Comando da Marinha e o laboratório EMS S/A para fornecimento dos comprimidos de citrato de sildenafila nas doses de 20, 25 e 50 miligramas, de 2019 a 2022. O acordo prevê ainda a transferência de tecnologia de fabricação do medicamento pelo laboratório da Marinha, causando questionamento sobre a finalidade dessa medida e os critérios para a produção de remédios pelas Forças Armadas.
“O contrato com a EMS S/A é, no mínimo, desastroso e a transferência da tecnologia não é suficiente para justificar esse absurdo. Claramente, o patrimônio público está sendo lesado, com autorização do governo Bolsonaro”, acusou.
Foi identificado, ainda, o superfaturamento dos preços para a compra. Nos empenhos autorizados pelo governo federal, cada comprimido custa entre R$ 2,91 e R$ 3,14, valores acima dos praticados pelo Ministério da Saúde.
Conforme os cálculos feitos pelo deputado, o gasto total do medicamento comprado pela Marinha pode chegar a R$ 33.592.714,80. Se a aquisição dos 11.213.627 de comprimidos tivesse sido realizada pelo Departamento de Logística do Ministério da Saúde, o Tesouro Nacional teria desembolsado R$ 5.382.059,52, ou seja, a União teria comprado o medicamento com preço cinco vezes menor.
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