quarta-feira, 16 de outubro de 2019

FRAUDE NA LEI DE COTAS

Estudantes estão sendo denunciados pelos próprios colegas; universidade mudará forma de acesso Foto: O GLOBO

UFRJ AVALIA 230 DENÚNCIAS DE ALUNOS POR FRAUDE NA LEI DE COTAS

Em todo o país, MPF propôs 23 ações contra pessoas que se declararam 
O clima hostil entre alunos e servidores públicos devido à utilização irregular da lei de cotas está crescendo tanto em universidades como em estatais. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) simboliza atualmente um ápice dessa situação . Criada em 2019, a Comissão de Heteroidentificação da instituição analisa atualmente 230 denúncias de fraudes nas autodeclarações raciais .
O número expressivo surgiu três meses depois de uma ação feita de modo anônimo na qual foram pendurados cartazes com fotos e nomes de dezenas de estudantes nas paredes de um dos edifícios da Faculdade Nacional de Direito. Os alunos expostos nas imagens se autodeclararam pretos, pardos ou índios para ingressar na faculdade. No entanto, muitos são brancos e alguns até louros com olhos azuis.
Essa foi mais uma ação entre diversas outras que estão ocorrendo desde o ano passado dentro da UFRJ para tentar coibir fraudes e impedir que alunos brancos ocupem vagas destinadas para estudantes pretos. Além das denúncias dentro da própria faculdade, os alunos que se declararam cotistas, mas não se enquadram, também estão sendo denunciados para o Ministério Público Federal.

LOURA, OLHOS VERDES

Um dos casos mais recentes ajuizados no Rio de Janeiro é o da estudante Júnia Bastos, do curso de Química da UFRJ. Ela entrou no curso pela modalidade que diz “própria a candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda, tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas”. Júnia, porém, possui pele clara, é loura e tem olhos verdes.
Estudante Júnia Bastos entrou por meio da cota racial e disse se considerar

Estudante Júnia Bastos entrou por meio da cota racial e disse se considerar "parda" Foto: Reprodução

Questionada pelo MPF , a estudante disse que quando se matriculou apresentou a documentação exigida no edital e justificou ter usado a autodeclaração como cotista racial “por me considerar parda, bem como por vir de família de descendência negra, com traços claros de afrodescendência”. Procurada por ÉPOCA, a estudante não respondeu ao contato feito por rede social.
COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO. As cotas são para quem sofre de preconceito por causa de sua cor. Quem não apresenta caraterísticas mestiças não sofrerá de racismo, mesmo tendo DNA provando que tem ascendência africana ou índia.

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