segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

BARRACAS INVASORAS

Barracas invadem faixa de areia 
e frequentadores ficam sem espaço
Quem gosta de um dia livre e descontraído na praia está 
ficando preocupado com o avanço do comércio nas praias 
de Salvador

Tribuna da Bahia, Salvador


Quem gosta de um dia livre e descontraído na praia está ficando preocupado com o avanço do comércio nas praias de Salvador. A ocupação da faixa de areia por comerciantes é motivo de polêmica na praia da Boa Viagem, na Cidade Baixa. Nos feriados e finais de semana, com o sol forte, a situação fica ainda pior. A página no Instagram que leva o nome da região fez um post denunciando o espaço ocupado por barracas e cadeiras na praia.
“A praia está tomada por cadeiras. Quando a maré enche não sobra espaço para quem não está nas barracas. Os barraqueiros impõem consumação mínima para estar nelas, ou ficam de cara feia quando você chega antes e ocupa o espaço que são deles. A técnica é ocupar a praia e causar essa sensação de falta de espaço, 'obrigando' os frequentadores a utilizar os serviços da barraca”, denunciou a página.
A equipe de reportagem da Tribuna da Bahia foi ao local e constatou que, de fato, há muita irregularidade. “Quando chega um certo horário, umas 11 horas, não conseguimos nem andar. Acho uma falta de consideração com os banhistas. Venho à praia para me divertir, mas quando vejo isso, me aborreço bastante e prefiro ir embora”, disse o morador do bairro, Ramiro Ferreira.
O comerciante Robson explica que é o único meio de sustentar a família. “A intenção é agradar todo mundo. Os barraqueiros colocam várias cadeiras e deixam a disposição dos frequentadores. O movimento é muito grande nos finais de semana. As vezes as pessoas que chegam mais tarde não encontram nem mesa para ocupar”, revela o vendedor.
Ao Bahia Notícias, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) informou que a situação foi encaminhada à pasta “para que sejam tomadas as devidas providências” e que já foi realizado o ordenamento de uma parte da praia. A Semop reforçou que o processo é progressivo, mas não estipulou um prazo para o reordenamento completo.
Titular da secretaria, Felipe Lucas pontuou que, nestes casos, as denúncias são importantes para a fiscalização da pasta. “A fiscalização ocorre de maneira regular. Estamos sempre percorrendo as praias. Lógico que ajuda muito quando o banhista, o turista ou o próprio ambulante sente algum tipo de interferência, ele denuncia e isso nos ajuda a conseguir dissolver qualquer tipo de problema ou intercorrência”, disse, em entrevista ao BN.
Segundo o secretário, as praias da Barra e de Itapuã são as que possuem mais ocorrências. “São as duas praias, hoje, que a gente tem o maior número de ocorrências e chamamentos. Mas a gente tem mantido uma normalidade. No entanto, são as praias que mais demandam fiscalização, porque o fluxo é muito grande, a rotatividade, a frequência, o turismo...”, explicou.
Ainda de acordo com ele, a Semop faz um estudo técnico prévio antes de disponibilizar os kits aos ambulantes. O conjunto compreende um sombreiro com duas cadeiras e uma mesa pequena. A depender do parecer, o comerciante adquire um pacote com 10 ou 20 desses kits.

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