domingo, 30 de agosto de 2020

ÓPERA, UMA DEFINIÇÃO

A ópera é um gênero de teatro, onde todo o texto é cantado com acompanhamento de instrumentos musicais, coro de cantores, atores, bailarinos e figurantes.
A palavra ópera surgiu do termo “opus”, que vem do latim e significa "obra". 
                                      Lindomar da Silva Araujo



A primeira obra lítero-musical criada pelo Camerata em 1598, cuja partitura fora extraviada, chama-se “Dafne”, sob autoria de Jacopo Peri.


No século XVI, na renascença italiana, a "Camerata de Florença", um grupo cultural de músicos, decidiram estudar a antiga música grega, tentando unir música e drama para adapta-los aos moldes das estruturas trágicas propostas por Aristóteles, desta forma, surgindo a composição cênica denominada “ópera”. 



Neste período também vinha se desenvolvendo o “Madrigal” italiano, conjunção perfeita entre música e texto, este contribuindo diretamente para a construção da linguagem da ópera. O Madrigal costumava abordar assuntos heróicos, pastoris, e até libertinos, e herdeiro direto das canções francesas, privilegiava também os temas de batalhas e o caráter descritivo, inserindo em suas melodias cantos de pássaros e gritos dos pregões próprios daquela época. Enfim, uma amálgama de elementos estéticos.

Na época surgiram códigos próprios da arte do madrigal, denominados "madrigalismos", onde os sentidos das palavras eram representados por notas ou frases musicais. Por exemplo: se o cantor/ator pretendia expressar risos, a música acompanhava sua ação com notas rápidas, referindo-se a uma gargalhada, ou se a intenção era passar êxtase com suspiros de prazer, buscava-se o recurso de recair de uma nota para outra inferior construindo efeitos de eco e contraponto. Assim criavam-se diferentes possibilidades sonoras para exprimir os mais diversos sentimentos humanos. Os sons e a música descrevem a narrativa textual do madrigal e congregam os estilos das músicas modal medieval e renascentista e a música tonal do barroco, classicismo e romantismo. A grande ‘problemática’ deste gênero lítero-musical era unir, harmonicamente, as linguagens artísticas. Porém grandes mestres da música e do teatro trouxeram, e ainda trazem, a harmonia entre música e drama no Madrigal, onde o pioneiro em fundir estas duas linguagens foi Cláudio Monteverdi (1567-1643) com a obra La Favola d'Orfeo.



No século XVI, na renascença italiana, a "Camerata de Florença", um grupo cultural de músicos, decidiram estudar a antiga música grega, tentando unir música e drama para adapta-los aos moldes das estruturas trágicas propostas por Aristóteles, desta forma, surgindo a composição cênica denominada “ópera”. Neste período também vinha se desenvolvendo o “Madrigal” italiano, conjunção perfeita entre música e texto, este contribuindo diretamente para a construção da linguagem da ópera. O Madrigal costumava abordar assuntos heróicos, pastoris, e até libertinos, e herdeiro direto das canções francesas, privilegiava também os temas de batalhas e o caráter descritivo, inserindo em suas melodias cantos de pássaros e gritos dos pregões próprios daquela época. Enfim, uma amálgama de elementos estéticos.

Na época surgiram códigos próprios da arte do madrigal, denominados "madrigalismos", onde os sentidos das palavras eram representados por notas ou frases musicais. Por exemplo: se o cantor/ator pretendia expressar risos, a música acompanhava sua ação com notas rápidas, referindo-se a uma gargalhada, ou se a intenção era passar êxtase com suspiros de prazer, buscava-se o recurso de recair de uma nota para outra inferior construindo efeitos de eco e contraponto. Assim criavam-se diferentes possibilidades sonoras para exprimir os mais diversos sentimentos humanos. Os sons e a música descrevem a narrativa textual do madrigal e congregam os estilos das músicas modal medieval e renascentista e a música tonal do barroco, classicismo e romantismo. A grande ‘problemática’ deste gênero lítero-musical era unir, harmonicamente, as linguagens artísticas. 


Porém grandes mestres da música e do teatro trouxeram, e ainda trazem, a harmonia entre música e drama no Madrigal, onde o pioneiro em fundir estas duas linguagens foi Cláudio Monteverdi (1567-1643) com a obra La Favola d'Orfeo.

Em 1653, o compositor, coreógrafo e mestre de balé, o italiano Jean-Baptiste Lully, torna-se diretor da Academie Royale de Musique e passa a ditar regras na corte de Luis XIV, o Rei Sol. Até o momento de inauguração da Ópera Nacional de Paris em 1669. 


A “Ópera Francesa” ainda não havia sido motivo de frisson entre os parisienses, pois eram os italianos que dominavam esta arte, até que Lully, no ano seguinte cria a Ópera Francesa e gera uma rivalidade entre as produções de Paris e as de seus compatriotas italianos.

Deste momento ao século XIX, temos a presença notória de cinco grandes compositores e uma(s) de suas grandes óperas, como: 


Christoph Willibald Gluck (1714-1787) com Orfeo ed Euridice, 



Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) com As Bodas de Fígaro e A Flauta Mágica



Richard Wagner (1813-1883) com O Navio Fantasma e Tristão e Isolda



e Richard Strauss (1864-1949) com Salomé e Electra

Hoje a ópera apresenta-se em diferentes tipos ou formas específicos como, a Ópera-balada, Ópera Cômica ou Buffa, Ópera de Pequim, e a Opereta.
A “Ópera-balada” (francesa) é um tipo de ópera que utiliza diálogos falados, intercalando com músicas inspiradas, geralmente, em temas populares. A sua maior característica é de ser formada por um grande número de interpretes que dominam a linguagem da música/canto e do teatro/interpretação, são na maioria das vezes atores-cantores. Ela influenciou o surgimento da Opereta e do Musical, estilo muito conhecido hoje no mundo do show business. 


John Gay (1685-1732) foi quem criou a ópera-balada “ópera do Mendigo” (1728), cuja obra foi alicerce para a criação da tão famosa obra “Ópera dos Três Vinténs”, de Kurt Weill e Bertolt Brecht, inclusive, as duas óperas foram referência para o músico e escritor Chico Buarque de Hollanda produzir a sua obra “Ópera do Malandro”.

Ópera Cômica ou Ópera-Buffa (Itália) possui maior quantidade de diálogos falados e seu conteúdo e o resumo da encenação (libreto) é repleto de comicidade. Com o seu auge nos séculos XVIII e XIX, juntamente com o sucesso da ópera-balada, muitas casas de espetáculo, próprias para abrigar esses trabalhos, foram construídas nos centros culturais da época, principalmente em Paris. A arquitetura do teatro Municipal do Rio de Janeiro é um exemplo de como eram essas casas de espetáculos. A Ópera-balada para se diferenciar da Ópera Cômica, começa a ser chamada de “Grand Opéras”. 



Apesar dos diálogos das Óperas Cômicas serem de cunho irônico, nem todas elas eram necessariamente engraçadas, a exemplo disto temos a ópera “Carmen” de Georges Bizet.


O espetáculo conhecido como “Ching Hsi” é a “Ópera de Pequim”, que mescla as diferentes linguagens cênicas, como por exemplo, dança, música, teatro, acrobacia e os demais artifícios cênicos que venha enfatizar a interpretação e o uso da voz, utilizando a técnica do falsete para cantar e falar. 



A Ópera de Pequim utiliza movimentos corporais esculturais e elegantes, incluindo em seu figurino o uso da máscara. Seu repertório mistura lenda e história, e sempre com o objetivo de valorizar a moral e a tradição, punindo o mal e premiando a bondade. Esta ópera é parte da cultura tradicional chinesa, que se remonta desde a dinastia Ming (1368-1644).

Opereta quer dizer ópera pequena. Uma apresentação de “Opereta” contém mais diálogos narrados que músicas e é vista por muitos como uma obra de menor seriedade, por sua característica de tratar de temas frívolos e comuns do dia-a-dia das pessoas. Porém seus cantores treinam a ópera de forma clássica. 



A Opereta é remanescente da Ópera-balada e da Ópera Cômica do século XIX. Quem melhor traduziu este gênero das artes cênicas foi Jacques Offenbach (1819-1880), colocando a alma da vida parisiense em suas canções. 



A opereta “A Viúva Alegre”, de Franz Lehár (1870-1948), talvez seja a obra mais conhecida deste gênero, que no século XIX foi caindo em desuso e cedendo lugar às “Comédias Musicais”.


COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO Curiosamente, o autor não menciona, em momento algum,m a ópera italiana romântica, Verdi, Puccini, Bellini, Donizetti etc.

3 comentários:

  1. Faltou também ao autor falar mais de Offenbach, cujas obras podem ser classificadas como do gênero Ópera Bufa. E, na oportunidade, se referir a sua obra prima, ORFEU NO INFERNO, que, embora seja uma opereta, é amada até hoje pelo público aficionado.

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  2. Muito bom o texto e seleção dos vídeos.

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