sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

KHERIMA ...UMA PERDA IRREPARÁVEL

 PARA O DESCASO .

Texto alt automático indisponível.

Morrer é parte da existência humana e inevitável para qualquer ser vivo ... Todavia, para os Egípcios antigos a Morte havia sido evitada e contornada através de uma técnica rebuscada e cara que era a Mumificação. Para um ser humano no Egito ser mumificado não era apenas ter seu corpo desidratado e impermeabilizado de forma que permanecesse preservado da decomposição... Mas era também realizado um Ritual especifico que transformava o corpo putrescível numa especie de "deus" pois ele se tornava com o embalsamamento uma imagem de Osiris o Deus da Morte .

Texto alt automático indisponível.

Dentre os 20 milhões de peças que foram incineradas no Museu Nacional no dia 02 de Setembro de 2018, todas eram de imensa importância e insubstituíveis ... Mas uma era mais do que especial .
A múmia egípcia chamada de Kherima, com cerca de 2 mil anos, foi trazida ao Brasil em um caixão de madeira em 1824 pelo comerciante Nicolau Fiengo. 
Dois anos depois, foi oferecida em leilão e arrematada por Dom Pedro I, que a doou ao então Museu Real, fundado em 1818 e instalado à época no Campo de Santana.

Texto alt automático indisponível.

Kherima destacava-se por apresentar membros enfaixados individualmente e decorados sobre linho, o que lhe fazia especial pelo esmero no em andamento. De fato um estilo de mumificação diferente do da época que era menos detalhista neste sentido já que a moda era outra, e os corpos eram embandajados por inteiro.
Com Kherima eram apenas oito múmias desse tipo no mundo todo ...
Duas femininas em Liverpool, uma masculina em Londres, três em Leiden , uma criança no Museu Calvet em Avignon . Dois crânios ( Leiden e Londres) apresentam a mesma técnica .

A imagem pode conter: 1 pessoa

Na década de 1960, Kherima se tornou objeto de culto quando o professor Victor Staviarski, membro da Sociedade de Amigos do Museu Nacional, ajudou a reforçar o misticismo em torno dela.
Certa vez, uma jovem teria tocado os pés da múmia e, fora de si, dito que ela pertencia a uma princesa de Tebas chamada Kherima, assassinada a punhaladas. Já outras pessoas afirmaram ter tido um "mal súbito" quando estavam próximas ao corpo. Com o tempo , os controversos cursos de egiptologia e escrita hieroglífica de Victor Staviarski transcorriam ao som de óperas como Aída, de Giuseppe Verdi e quase sempre incluíam a presença de médiuns e sessões de hipnose coletiva - ao lado da múmia do Museu Nacional. Tive amigos que participaram ou viram as cerimônias e me contaram muitos detalhes. Algumas ainda são vivas e sempre achei que essa aventura e experiência faria uma excelente escaleta para um filme ou documentário ...mas infelizmente nosso cinema nacional não transita por estas questões ...

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas

Na sequencia dos fatos... as pessoas passaram a levar flores e oferendas e deixar junto a vitrine da múmia e conta-se que ate velas eram acesas nas cerimonias de transe.
Inúmeras vezes flores foram recolhidas na exposição deixadas por visitantes até que um grande escândalo de furto do acervo egípcio foi revelado na época e a direção do Museu Nacional acabou por proibir tais experiências. Foi então aberto um inquérito administrativo para a questão do sumiço de dezenas de peças do acervo... Mas como sempre não deu em nada.
Naquela época, alunos podiam tocá-la - e as reações inesperadas que resultavam desse contato alimentaram o imaginário popular. Algumas pessoas diziam que conversavam com a múmia e ela respondia. Em uma dessas conversas, ela teria dito que seria uma Princesa do Sol, que acabou por ser amplamente divulgado entre as pessoas.
Estudos permitiram verificar que Kherima era filha de um governador de Tebas, importante cidade do Egito Antigo. Segundo o levantamento, ela tinha entre 18 e 20 anos e viveu durante o Período Romano no Egito, entre os séculos I e II. Na década de 70 um médico chamado Bezerra de Menezes fez radiografias da múmia e foram identificados indicações de artrose em algumas articulações. Infelizmente estava se deteriorando ao longo.do tempo e basta comparar as fotos de 1970, 1980, 1990 e 2000 dos seus pés e a dos tempos atuais.

Texto alt automático indisponível.

Hoje , Kherima é simplesmente pó , misturada ao material orgânico que foi carbonizado na fatídica noite de 02 de Setembro e ate hoje nao foi revelada as verdadeiras causas desse incêndio.
Kherima, tendo sobrevivido 2.000 anos e imaginando ter se tornado imortal foi verdadeiramente assassinada pelo descaso e a inoperância de determinadas pessoas do Brasil .
Hoje o mundo já não conta com 10 múmias desse tipo. Mas apenas nove .

Nenhum comentário:

Postar um comentário