O mito das criaturas híbridas, representadas na mitologia grega, como um ser que continha o corpo de um pássaro e a delicadeza de uma mulher. Ao longo do tempo, transfiguram-se na Idade Média em mulheres metade peixe. É provável que o mito tenha tido origem em relatos da existência de animais com características próximas daqueles que, mais tarde, foram classificados como sirénios.
A palavra da língua portuguesa "sereia" (do português arcaico serẽa) e suas equivalentes em outras línguas latinas derivam do grego antigo Σειρῆν no singular (Σειρῆνες no plural), Seirến, enquanto a palavra "sirena" deriva de Σειρήνα, Seirína, nomes de um ser mitológico. No português, os equivalentes masculinos das sereias são chamados de tritões, nomes de seres da mitologia grega que não estavam relacionados às antigas sirenas da mitologia
A mitologia grega foi a quem mais colaborou com o imaginário ocidental. Em 1 100 a.C., eles criaram não só as sereias como as sirenas: mulheres-pássaros que causavam naufrágios ao distrair marinheiros com a voz. Diferentemente das mulheres-peixe, nunca se apaixonavam por humanos. Eram filhas do deus-rio Aqueloo, criadas para serem amigas de Perséfone, filha de Zeus e Deméter.
Filhas do rio Achelous e da musa Terpsícore, tal como as harpias, habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália. Eram tão lindas e cantavam com tanta doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali para os navios colidirem com os rochedos e afundarem. Odisseu, personagem da Odisseia de Homero, conseguiu salvar-se porque colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e amarrou-se ao mastro de seu navio, para poder ouvi-las sem poder aproximar-se. As sereias representam na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade.
Na Grécia Antiga, porém, os seres que atacaram Odisseu eram, na verdade, retratados como sendo sereias, mulheres que ofenderam a deusa Afrodite e foram viver numa ilha isolada. Se assemelham às harpias, mas possuem penas negras, uma linda voz e uma beleza única.[carece de fontes]
Algumas das sereias citadas na literatura clássica são:
- Pisinoe (controladora de mentes)
- Telxiépia (cantora que enfeitiça)
- Ligeia (doce sonoridade)
- Aglaope
- Leucósia
- Partenope (mitologia)
Segundo a lenda, o único jeito de derrotar uma sereia ao cantar seria cantar melhor do que ela.
Em 1917, Franz Kafka escreveu o seguinte no conto O silêncio das sereias:
As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio.
Na Idade Média, as sereias com caudas de peixe foram primeiramente descrito por um monge da Abadia de Malmesbury em torno de 680 d.C.
Para o Cristianismo estes seres significavam pecado, vaidade e luxúria.As sereias dos bestiários e outros manuscritos medievais desempenhavam as funções básicas de mostrar a bondade e a riqueza da Criação de Deus; e personificar os pecados mortais, as tentações da carne e a vaidade como pecado corporificado na beleza, no espelho e no pente, os inseparáveis objetos característicos da imagem contemporânea das sereias.
Por essa razão, são relativamente comuns na arte sacra, como decoração de igrejas e altares. Junto com os dragões, as sereias são um dos animais fantásticos mais representados no românico português.
O fortalecimento das histórias, podem ser das histórias de marinheiros, que pensavam que tinham visto essas criaturas na espuma do oceano e do mar. Na realidade, eles provavelmente viram vaca-marinha-de-steller ou peixes-boi.
Sereias são bem conhecidas na cultura africana - mais do que conhecidas, elas são reverenciadas e temidas
Ao mesmo tempo belo, protetor, sedutor e perigoso, o espírito da água Mami Wata (Mãe Água) é celebrado em grande parte da África e do Atlântico Africano. Uma rica variedade de artes a rodeia, assim como uma série de outros espíritos aquáticos - todos honrando a natureza essencial e sagrada da água. Mami Wata é frequentemente retratado como uma sereia, um encantador de serpentes ou uma combinação de ambos
Deusa das águas da Mitologia Angolana, é tradicionalmente venerada através de oferendas. Pepetela, um dos expoentes máximos da literatura em Angola, tem inclusive um livro intitulado “O silêncio da Kianda”
No Japão, as sereias são chamadas no Japão de “ningyo”, e as duas histórias mais conhecidas de ningyo são a de Amabie e a de Yao Bikuni. A palavra ningyo, formado pelos kanji “nin”, pessoa, e “gyo”, peixe, traduzida como sereia, é utilizada para designar as criaturas ocidentais metade peixe-metade ser humano e também as criaturas orientais que possuem características aquáticas e humanas.
Com o torso e o rosto variando entre humano e peixe, as sereias nipônicas possuem dedos longos, garras afiadas e brilhantes escamas douradas, podendo variar em tamanho, desde o tamanho de uma criança a um adulto. Suas cabeças foram, por vezes, descritas como sendo deformadas, possuidoras de chifres, ou dentes proeminentes. Em outras versões, as sereias são descritas com uma forma que lembra a versão mais familiar de sereias ocidentais, mas com uma aparência sinistra, meio demoníaca. Segundo a lenda, são capazes de emitir um canto agradável como a canção de um pássaro ou o doce som de uma flauta. Mas, ao contrário das sereias das lendas do Atlântico e do Mediterrâneo, uma Ningyo do Pacífico e do Mar do Japão são criaturas horríveis, sendo consideradas como um pesadelo surreal ao invés de uma mulher sedutora. Porém, acredita-se que a carne de uma Ningyo pode conceder a imortalidade e, suas lágrimas transformam-se em pérolas e, quando consumidas, trazem a juventude eterna sendo, portanto, assunto de muitos contos populares, alguns assustadores
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