Hoje, primeira segunda-feira de agosto, como tinha que ir até o banco na Praça Municipal, resolvi andar por aí.
Meu "por aí" geralmente se limita ao centro histórico de Salvador.
Comecei por visitar a tão divulgada exposição "entrada gratuita para todos" detalhando a restauração do palacete Tira-Chapéu, perto da bela Câmara dos Vereadores, nesta Praça Municipal cuja caraterística é o mais variado leque de estilos.
Entre as tábuas do primeiro piso adivinhei frescos.
Praticamente todas as épocas, todos os estilos estão representados.
Assim que não vejo a mínima incongruência na arrojada prefeitura, obra do grande arquiteto Lelé.
Velhos muros de pedra são sempre belos
Posso ser muito franco? A tal exposição me decepcionou. Se você estiver na redondeza, não deixe de visitar. Mas não vale a pena ser motivo de programa.
Poderia, no mínimo, mostrar um vídeo sobre a proposta e o andamento da obra.
Muita falta de imaginação...
Continuei andando (ótimo para me exercitar após quebrar o fêmur em julho do ano passado) e resolvi visitar - finalmente - o Palácio Arquiepiscopal, elegante imóvel do século XVII na Praça da Sé.
Mergulhei fundo nesta religião originária do judaísmo, onde o sangue jorra e corre sinistramente há dois milénios.
As perguntas que sempre me aparecem : O que levou os arcebispos a deixarem este palácio para um casarão no Campo Grande e outros depois para um condomínio classe A? Qual é o verdadeiro compromisso com o povo sofrido da Bahia?
Vi várias referências ao papa João Paulo II, mas do Papa Francisco, justamente aquele que mais se aproxima do Evangelho, nem sombra...
São ao total três andares com boa realização museológica, mas que, ao meu ver, precisa ainda ser muito trabalhada. E, por favor, mais assentos para quem precisa descansar!
Durante esta hora (ou quase) de visita, não vi qualquer expressão de alegria e muito menos de felicidade...
Em compensação a certeza que a Igreja soube atrair os melhores artistas e os mais exímios artesãos.
Pintura, escultura, ourivesaria e bordados, tudo sempre tem contribuído a impressionar o povo... e a deliciar os que podiam usufruir diariamente destes tesouros.
Um bom espaço é dedicado a vergonhosa destruição da antiga Sé.
Isso contra grande parte da opinião pública que não podia se conformar com a derrubada da mais antiga catedral do Brasil para deixar passar o bonde.
O que não vi colocado de forma explícita foi a corrupção deslavada que encharcou o assunto, corrupção da qual participou alegremente o próprio arcebispo.
No primeiro andar do Palácio uma imensa tela onde algo parecido com ondas se mexe. Não entendi de que se tratava.
O palácio merece uma visita apesar da frieza geral que resulta do conjunto. É evidente que uma religião que tanto insiste sobre o sofrimento, a culpa e o castigo nunca conseguirá transmitir a alegria de viver. Justamente, é isso: é vida que falta. E conforte: Fui obrigado a ficar em pé sem uma cadeira para descansar, a não ser um banco no segundo andar.
As vistas são bonitas e variadas...
Se puder fazer uma sugestão... Há espaço de sobra para uma cafeteria com direito a vista privilegiada...
Peguei o Plano inclinado Gonçalves, aproveitando para comprar cajus no Comércio e ir até a Palmar para comprar sal do Himalaia. Como sempre tive que esperar ao som meloso de músicas evangélicas. Não havia sal do Himalaia. Comprei R$10,00 de noz moscada, estranhando a total falta de controle do pagamento. Até o mês de maio, o controle era... militar.
Pelos vistas nem o evangelho consegue driblar a esperteza baiana.
Ao chegar no Trapiche Barnabé, uma surpresa: Estão pintando a fachada lateral com dois tons de verde...
O verde dever ser a cor do momento...
Peguei o plano inclinado do Pilar constando, mais uma vez que...
O elevador para quem dele precisa continua sem funcionar..,. desde a inauguração do plano, na gestão de João Henrique!
E mais: uma janela do bondinho está quebrada há vários meses...
Gostei de chegar em casa.
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