Ativistas anti-Israel convocam ‘tomada’ de universidades nos EUA
Grupos organizam paralisações e ocupações em resposta a medidas disciplinares

Grupos contrários a Israel convocaram estudantes, professores e funcionários para uma paralisação e ocupação de espaços centrais em universidades dos Estados Unidos nesta terça-feira, 11, em resposta às medidas disciplinares adotadas contra manifestações pró-Hamas em diversas instituições.
O chamado foi feito pela organização Estudantes Nacionais pela Justiça na Palestina (NSJP, na sigla em inglês) e recebeu apoio de outros oito grupos ativistas.
A convocação ocorre poucos dias após o governo do presidente Donald Trump anunciar a suspensão de US$ 400 milhões em subsídios e contratos com a Universidade Columbia.
A decisão foi tomada após a instituição não adotar providências eficazes para conter protestos que se intensificaram desde os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2024.
Em comunicado divulgado nas redes sociais, o NSJP afirmou que “a unidade entre campus e comunidade diante de ataques fascistas é crucial neste momento” e alegou que o governo busca controlar universidades porque “vê a liberdade intelectual e acadêmica como uma ameaça existencial à classe dominante”.
Entre os grupos que apoiam o protesto estão o Movimento Juvenil Palestino, a Universidade da Cidade de Nova York pela Palestina e a Campanha dos EUA para os Direitos Palestinos em Ação. Além da paralisação das aulas, os ativistas pedem que edifícios e espaços universitários sejam ocupados como forma de resistência.
As manifestações têm resultado em ações policiais para manter a ordem nos campi. Na última semana, a polícia de Nova York dispersou um grupo de estudantes que havia ocupado a biblioteca Milstein, no Barnard College.
O protesto também ocorre em meio a denúncias de prisões de lideranças do movimento. No sábado, 8, Mahmoud Khalil, da Escola de Assuntos Internacionais e Públicos da Universidade Columbia, teria sido detido e seu Green Card, revogado.
O NSJP e outras organizações lançaram uma petição pedindo sua libertação e proibindo a entrada de agentes da imigração no campus. O documento já contava com mais de 750 mil assinaturas até a manhã desta segunda-feira, 10.
Em resposta ao movimento, grupos pró-Israel e políticos aliados do governo defendem que as universidades reforcem a segurança e tomem medidas disciplinares rigorosas contra alunos e professores envolvidos nos atos.
A mobilização desta terça-feira, 11, deve testar os limites das ações das universidades e das autoridades diante da crescente polarização em torno do conflito no Oriente Médio.
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