quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O CENTRO DE CONVENÇÕES DE SALVADOR

                                                                                                                                      Alirio de Souza
                                                                                      Doutor em Educação Superior

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     Encontrava-me fora do País em bolsa de estudos de doutorado quando o Centro de Convenções foi construído. Ao regressar e ver com meus próprios olhos a gigantesca estrutura de aço e cimento, temi pelo seu futuro. Isso porque não temos hábito de conservar nossos equipamentos públicos. Nossos governantes primam por construir e inaugurar. Ninguém gosta de conservar ou dar manutenção a algo por outro construído. E assim aconteceu. Menos de 40 anos  decorridos, alvo de violento salitre, sem conservação, o jovem/velho centro de convenções desabou parcialmente e foi totalmente interditado. Fala-se em construir outro. No mesmo local? Utilizando-se os mesmos materiais?

     Por outro lado leio que a centenária Torre Eiffel, símbolo de Paris, toda de aço, receberá melhorias e conservação em valor superior a 25 milhões de euros. Quanta diferença. Nosso descaso com os equipamentos  públicos é impressionante. A Estação da Lapa, por falta de manutenção foi praticamente reconstruida.  Há aproximadamente 30 anos participei da banca examinadora de um concurso público para professores em Camaçari. No fundo de uma das principais escolas havia uma academia de ginástica recém inaugurada e ainda sem uso. Um longo tempo depois todo o equipamento estava enferrujado, inclusive a corrente e o cadeado.


     Um centro de convenções é uma necessidade social. Salvador comporta mais de um. Uma instituição de educação superior pode ter um centro de convenções próprio, o que servirá para desenvolver um arrojado programa de extensão universitária, além de servir à comunidade. 
A iniciativa pode também ser de um empreendedor de visão futura. A  necessidade por  locais de reuniões diversas é muito grande. O resultado é compensador. Se o poder público não faz, a iniciativa privada pode fazer. 
Vamos cortar os laços da histórica dependência d’El-Rei.        

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