Alirio de Souza
Doutor em Educação Superior
Encontrava-me
fora do País em bolsa de estudos de doutorado quando o Centro de Convenções foi
construído. Ao regressar e ver com meus próprios olhos a gigantesca estrutura
de aço e cimento, temi pelo seu futuro. Isso porque não temos hábito de
conservar nossos equipamentos públicos. Nossos governantes primam por construir
e inaugurar. Ninguém gosta de conservar ou dar manutenção a algo por outro
construído. E assim aconteceu. Menos de 40 anos
decorridos, alvo de violento salitre, sem conservação, o jovem/velho centro
de convenções desabou parcialmente e foi totalmente interditado. Fala-se em
construir outro. No mesmo local? Utilizando-se os mesmos materiais?
Por outro lado
leio que a centenária Torre Eiffel, símbolo de Paris, toda de aço, receberá
melhorias e conservação em valor superior a 25 milhões de euros. Quanta
diferença. Nosso descaso com os equipamentos públicos é impressionante. A Estação da Lapa,
por falta de manutenção foi praticamente reconstruida. Há aproximadamente 30 anos participei da
banca examinadora de um concurso público para professores em Camaçari. No fundo
de uma das principais escolas havia uma academia de ginástica recém inaugurada
e ainda sem uso. Um longo tempo depois todo o equipamento estava enferrujado,
inclusive a corrente e o cadeado.
Um centro de
convenções é uma necessidade social. Salvador comporta mais de um. Uma
instituição de educação superior pode ter um centro de convenções próprio, o
que servirá para desenvolver um arrojado programa de extensão universitária,
além de servir à comunidade.
A iniciativa pode também ser de um empreendedor de
visão futura. A necessidade por locais de reuniões diversas é muito grande. O
resultado é compensador. Se o poder público não faz, a iniciativa privada pode
fazer.
Vamos cortar os laços da histórica dependência d’El-Rei.
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