Paulo Ormindo de Azevedo
Três fatos recentes criaram uma grande oportunidade para a Bahia. Em junho de 2016 foi inaugurada as novas comportas do canal do Panamá para navios de 15 m de calado; os grupos EBX e Petrobras, que estavam construindo o porto de Açu, no Rio, estão em grandes dificuldades e Trump detonou a Parceria Transpacífica, TPP.
Ao invés do mapa da pobreza, estamos indicando o mapa da riqueza da Bahia. Podemos criar no meio da costa do pais um hubport com 21 m de calado em aguas abrigadas, no canal de Itaparica, próximo aos estaleiros do Paraguaçu e de grandes espaços planos de Salinas da Margarida. A maioria dos portos brasileiros tem calado de 13 m e não podem receber os grandes navios padrão Post Panamax de transporte intercontinental. Suas cargas sairiam de Salinas em navios de cabotagem e trens para toda costa e interior do Brasil.
Já há um acordo entre China, Brasil e Peru para a construção de uma ferrovia transcontinental, agora, sem a TPP, estratégica para a China. Salinas está a 13º S, muito próximo dos 17º S dos portos de Ilo no Peru e Arica no Chile, que integrarão as ferrovias e economias da Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Peru. O hubport de Salinas, um dos maiores do mundo, atrairia o interesse das grandes companhias de navegação.
Para integrar este porto deverá ser construído o arco rodoferroviário da BTS, que próximo a Santo Amaro se bifurcaria. Um ramal desceria para Santiago do Iguape, cruzando o Paraguaçu à montante dos estaleiros e seguindo pelo leito da Estrada de Ferro de Nazaré para se articular com as ferrovias Centro-Atlântica e Oeste-Leste, e dali seguir para o Pacifico. O outro ramal seguiria para Feira e Alagoinhas, se articulando com os estados do Nordeste. Este arco ferroviário serviria como transporte metropolitano rápido diurno e de cargas à noite, chegando até Itaparica, S. Antônio de Jesus, Feira e Alagoinhas.
Não faz sentido, portanto, trocar a bitola e instalar um veículo leve sobre trilho, VLT, entre Salvador e Paripe, que logo estará apinhado. É hora da Bahia se unir para realizar um megaprojeto, como fazem os cariocas, pernambucanos e cearenses.
SSA: A Tarde, 26/02/2017
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