NOTA DE REPÚDIO À CONTRATAÇÃO DE CONDENADO POR ESTUPRO EM TRIO ELÉTRICO PELA PREFEITURA
Em pleno século XXI, quando a luta contra a cultura de estupro aumenta sistematicamente, não podemos deixar passar batido o fato de que um músico condenado por estupro, e que ainda não cumpriu sua pena, desfilou em um trio elétrico no Carnaval que leva o apoio da Prefeitura de Salvador.
Vivemos em um tempo em que os órgãos públicos precisam reforçar a responsabilidade social em seus programas e projetos e fortalecer o respeito às causas dos coletivos sociais.
A presença do músico em questão – ex-integrante da Banda New Hit – no trio elétrico do cantor e vereador Igor Kannario, na sexta-feira, na Barra, soou como uma ofensa a todas nós mulheres.
Mais do que isso: trata-se de um desrespeito com os coletivos sociais e feministas, responsáveis pela pressão popular para que o músico e os outros nove ex-integrantes da Banda New Hit fossem condenados pela Justiça, o que ocorreu em 2015.
Eles foram condenados a onze anos e oito meses de prisão pelo crime de estupro coletivo em 2012, no interior do Estado, e agora cumprem em regime aberto.
Continuo sendo a favor de que condenados tenham direito a trabalhar se assim a Justiça permitir.
Mas é importante ressaltar que o Carnaval de Salvador é uma festa que atrai milhares de pessoas e, naturalmente, está impregnada de casos de machismo e assédio contra mulheres.
Por isso, o destaque e a visibilidade positiva dados ao músico, que não se redimiu com a sociedade e com as vítimas em nenhum momento, parece querer naturalizar o estupro e vai de encontro a tudo que defendemos durante anos na construção de uma pauta contra o machismo que insiste em permanecer na sociedade.
Os casos de violência contra a mulher e assédio no Carnaval são históricos.
E por estar atenta a isso, a Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres, iniciou neste ano a campanha “Respeite as Mina”.
A Saltur, ainda que não seja responsável pela contratação de músicos da banda do cantor Igor Kannário, não pode se eximir dessas questões.
Vereadora Marta Rodrigues (PT)
Agora, tem um TREMENDO sincericídio nessa nota da vereadora. É a nota sobre estupro mais cretina DO MUNDO: "A presença do músico [...] soou como uma ofensa a todas nós mulheres. Mais do que isso: trata-se de um desrespeito com os coletivos sociais e feministas"
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