CLÁUDIO MARQUES
Berlinales
Eu pergunto a minha amiga chinesa se a acupuntura é algo realmente corriqueiro em Pequim. “O quê?” Acupuncture! “What?” Eu tento pronunciar de formas diferentes até que ela finalmente diz “Ah, Acupuncture!”
Eu conto que já fiz um curso de acupuntura com um chinês tibetano que mora em Salvador. Ela dá risada, acha bobagem. “Eu não conheço ninguém que faça acupuntura”, ela me conta.
Minha amiga comenta sobre as Olimpíadas no Brasil. Para ela, a sensação foi de algo realmente desastroso. Percebo que ela quer o tempo todo dizer que as Olimpíadas na China foram muito melhores. Ela fala durante horas sobre o legado dos jogos no país!!! (o tal legado).
Eu pergunto sobre a poluição em Pequim. Ela conta que usa máscara todos os dias. Que é um terror, tem dias que as pessoas não conseguem se ver. Quando surge o sol, é uma festa e há troca constante de fotos pelo zap.
Ela é jornalista e eu pergunto se ela se sente com liberdade para escrever. Ela diz que não, claro. Por outro lado, ela comenta que já trabalhou num grande jornal no ocidente e vê muitas semelhanças: “Nos grandes jornais no seu país os jornalistas são livres para escrever o que quiser?”.
Pergunto, ainda, se a educação é pública e gratuita na China. “No”. Nem o ensino fundamental? “No”. E a saúde? “No”. O que é comunista, então, nesse país? Minha amiga sorri.
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