14 de julho de 1789 foi mais um dia comum em Versalhes. Nobres e cortesãos passeavam pelas longas galerias do palácio, enquanto os representantes do povo conferenciavam na antiga quadra de tênis, transformada em Assembleia Nacional. A rainha Maria Antonieta permanecia ocupada com seus assuntos particulares, enquanto o rei Luís XVI praticava seu esporte favorito, a caçada. Parece que os resultados não foram muito bons para o monarca, pois mais tarde ele anotou rien (nada) no seu Journal, em referência à caça mal sucedida. No final da noite, terminada a cerimônia de deitar, Luís pôde finalmente dormir. Porém, na madrugada seguinte, ouviu-se no quarto do rei uma inquietação, vinda diretamente das antecâmaras. Sem qualquer permissão, o duque de Liancourt, nobre com tendências liberais, invadiu os aposentos de Luís XVI para lhe entregar uma preocupante notícia: uma multidão furiosa havia invadido a fortaleza da Bastilha em busca de armamento e pólvora. Sem compreender direito a intensidade da mensagem, talvez por estar ainda sonolento, o rei simplesmente perguntou: “é uma revolta? ”. A resposta de Liancourt foi mais do que imediata: “Não, Senhor. É uma revolução!”.
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