segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

UMA COMUNIDADE DESPREZADA

 

Sem aviso, Conder estica prazo para obra do Santo Antônio até fim de fevereiro

A medida atropela decisão do Ministério Público que determinou a entrega no dia 31 de dezembro, após adiamento do primeiro prazo



Foto : James Martins / Metropress

Por James Martins no dia 21 de Dezembro de 2020 ⋅ 11:41


O prazo dado pela Conder (Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia) para entregar a obra na Rua Direita de Santo Antônio Além do Carmo encerra daqui a 10 dias. Em entrevista à Rádio Metrópole, Maurício Mathias, diretor de Habitação e Urbanização Integrada do órgão, garantiu que o serviço, iniciado em março, estará concluído no dia 31 de dezembro — já com atraso, visto que a previsão inicial era outubro.

Porém, para os moradores do bairro e outros observadores, o prazo (também fixado pelo Ministério Público) não será cumprido. "O calçamento da rua Direita e da ladeira do Boqueirão estão longe de terminados. Não tiraram os postes, não colocaram as lanternas, não plantaram as árvores, não consertaram os estragos nas fachadas das casas e ainda tem que passar o pente fino", enumera o morador Dimitri Ganzelevitch.

Cansado do misto de lama, poeira, barulho, folclore (lembram o caso dos fios de cobre?!) e falta de planejamento, ele desabafa: "É muita avacalhação!". E também lamenta: "O pior é que o MP deu até o dia 31 para terminar, mas não estipulou multa por dia de atraso. Assim que pode contar ainda com um bom mês".

A verdade é que a estimativa de Dimitri é ainda otimista. Em resposta à solicitação do Metro1 na manhã de hoje (21), a Conder informa que o prazo agora é lá para o final de fevereiro de 2021. Comunicação que, no entanto, não foi feita à comunidade e (pelo visto) nem ao Ministério Público.

Com um investimento da ordem de R$ 6 milhões e executada pela Pejota Construções, a obra de requalificação da rua Direita de Santo Antônio e ladeira do Boqueirão promete melhorias, mas por enquanto só trouxe transtornos aos moradores, comerciantes e frequentadores do bairro. "Está atrapalhando muito. Como se não bastasse a pandemia, essa reforma parece querer destruir os estabelecimentos e espantar nossos fregueses. Não suportamos mais", declarou um comerciante que prefere não ser identificado.



Nenhum comentário:

Postar um comentário