Presidente de Portugal, "rei dos selfies e da empatia", é exceção em época de desconfiança nos políticos
É quase certo que este liberal de centro-direita, ex-professor de Direito, será reeleito para um segundo mandato: as pesquisas preveem uma vitória já no primeiro turno. "É preciso dizer que ele é mais do que popular: 'Marcelo', como é chamado em Portugal, é incrivelmente próximo de seu povo", destaca a Le Point. Em seguida, a publicação descreve o cotidiano do dirigente.
"Ele faz suas compras sozinho, sem guarda-costas. Em Cascais, onde mora a oeste de Lisboa, ninguém se surpreende quando vê o presidente da República de bermuda aguardando a sua vez de passar no caixa do supermercado, como se fosse um cidadão comum. Ele vive na mesma casa modesta desde 1975. Tanto no verão quanto no inverno, duas a três vezes por semana, começa o dia tomando um banho revigorante no rio Tejo. Excelente nadador, ele não abre mão desse ritual aquático matinal, a poucos dias de completar 72 anos (12 de dezembro)."
Em 2017, quando o centro de Portugal foi consumido por incêndios florestais, Rebelo de Sousa percorreu cada cidade afetada pelas chamas para consolar os moradores que perderam tudo. Os portugueses deram a ele o apelido de "o presidente dos abraços". “Isto não é uma postura, ele sempre foi sensível ao sofrimento alheio”, garante a colega de universidade Leonor Beleza, ouvida pela reportagem.
A Constituição semipresidencialista de Portugal dá ao chefe de Estado o poder de dissolver a Assembleia. Mas o que Rebelo de Sousa gosta de fazer é influenciar a trajetória dos acontecimentos. Suas qualidades políticas reconhecidas são a capacidade de articulação e persuasão. "Ele sabe como aproximar comunistas e liberais", afirma a revista francesa. O oposto do brasileiro Jair Bolsonaro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário