segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

POEMA SOBRE A PESTE

 


“Quando a tempestade passar,

as estradas se amansarem,
E formos sobreviventes
de um naufrágio coletivo,
Com o coração choroso
e o destino abençoado
Nós nos sentiremos bem-aventurados
Só por estarmos vivos.

E nós daremos um abraço ao primeiro desconhecido
E elogiaremos a sorte de manter um amigo.

E aí nós vamos lembrar tudo aquilo que perdemos e de uma vez aprenderemos tudo o que não aprendemos.

Não teremos mais inveja pois todos sofreram.
Não teremos mais o coração endurecido
Seremos todos mais compassivos.

Valerá mais o que é de todos do  que o que eu nunca consegui.
Seremos mais generosos
E muito mais comprometidos

Nós entenderemos o quão frágeis somos, e o que
significa estarmos vivos!
Vamos sentir empatia por quem está e por quem se foi.

Sentiremos falta do velho que pedia esmola no mercado, que nós nunca  soubemos o nome e sempre esteve ao nosso lado.

E talvez o velho pobre fosse Deus disfarçado...
Mas você nunca perguntou o nome dele
Porque  estava com pressa...

E tudo será milagre!
E tudo será um legado
E a vida que ganhamos será respeitada!

Quando a tempestade passar
Eu te peço Deus, com tristeza ,
Que você nos torne melhores.
como você nos sonhou.


(K. O ' Meara - Poema escrito durante a epidemia de peste em 1800)

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