2020 foi um ano para riscar de nossa memória. Não só pela
praga que nos veio do oriente com nomenclatura variada – alguém me explica as
sutilezas entre Coronavírus, Novo Coronavírus e Covid-19? – mas pela flagrante incompetência
da Conder e da Embasa no tocante ao antigo e nobre bairro de Santo Antônio, pretensamente
patrimônio mundial.
Costumava pagar mensalmente um gasto de água (e esgoto!)
entre R$50 e R$80. De repente deu a louca, subindo para estratosféricas contas
ultrapassando qualquer raciocínio cartesiano., de 500 para cima. Em nada
adiantou ligar, escrever e reclamar. Tá marcado no contador, tem que pagar!
Foi quando um amigo sugeriu colocar um filtro para eliminar o ar na tubulação. De dia para outro, a conta despencou. Tenho a nota da compra do aparelho e fotos comprovando a colocação. Não devo ser a única vítima da Embasa a pagar pelo ar que nem respirei. Será que a estatal nada sabe do problema ou se faz de boba?
A Conder é outra que, historicamente, trabalha mal sem que o
governador tome qualquer providência apesar de, vez ou outra, anunciar o fim da
estatal. O que aconteceu durante quase um ano inteiro na Rua Direita de Santo
Antônio e Ladeira do Boqueirão é simplesmente escandaloso. Desde já, o projeto é
de uma mediocridade deprimente. Responsabilidade de algum(a) arquiteto(a) sem
qualquer talento. Porque não se chamou Nivaldo Andrade, Neilton Dórea, Naia
Alban ou o premiado Adriano Mascarenhas? O Patrimônio da Humanidade não merece
investir em excelência?
Quanto a execução lenta, desorganizada, bagunçada,
“fiscalizada” por jovens de boa vontade, mas totalmente inexperientes, a
comunidade inteira sofreu durante a maior parte do verão, o outono, o inverno,
a primavera e entramos para o segundo verão com lama, poeira, barulheira e
prejuízos tanto para a saúde como para nosso bolso. A única vantagem foi de
termos oportunidade única de saborear as áleas da Transamazônica sem sair da
cidade.
Não seria bom deixarmos de megalomanias – novo estádio com
nome de cerveja, ponte chinesa que vai endividar a Bahia por décadas etc – e
resolver problemas imediatos e corriqueiros na cultura, esportes, patrimônio e
memória? E na educação? Em vez de abrir escolas, nosso Governo de Estado
fecha-as!
Mas se nem Centro de Convenções em seis anos o Estado foi
capaz de construir, talvez, a final, as estatais não sejam tão culpadas...
Dimitri Ganzelevitch Salvador 19 de dezembro 2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário