segunda-feira, 20 de abril de 2020

PANDEMIA: O EXEMPLO PORTUGUÊS

"País preparou-se para o pior cenário". Portugal volta a ser notícia lá fora

Em Portugal já morreram 714 pessoas e foram infetadas 20.206 desde o início da pandemia
Em Portugal já morreram 714 pessoas e foram infetadas 20.206 desde o início da pandemia Foto: Leonardo Negrão / Global Imagens

A luta de Portugal contra a Covid-19 continua a ser notícia lá fora. Desta vez, o jornal britânico "The Guardian" faz título com palavras do secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales. "Ação rápida controlou a crise de coronavírus em Portugal", lê-se num artigo publicado este domingo.
texto do "The Guardian" começa por referir que "o baixo número de casos de coronavírus do país" é atribuído pelo governo português a uma "resposta rápida e flexível ao 'pior cenário'" e ao "encerramento antecipado de escolas e universidades em 16 de março".
No artigo é referido ainda que, "apesar de cerca de 22% dos 10,3 milhões de pessoas de Portugal terem 65 anos ou mais, o que as torna particularmente vulneráveis ​​ao vírus, o país registou até agora pouco mais de 20.000 casos e 714 mortes - muito menos do que os vizinhos". Atente-se nos números de outros países europeus: mais de 195 mil casos e mais de 20 mil mortesem Espanha; mais de 175 mil casos e mais de 23 mil mortesem Itália; mais de 111 mil casos e quase 20 mil mortesem França.
Assim, conclui o "The Guardian", a taxa de mortalidade por Covid-19 em Portugal é de cerca de 3%, muito abaixo dos 13% no Reino Unido (mais de 120 mil casos e mais de 16 mil mortes) e na Bélgica (mais de 38 mil casos e mais de 5 mil mortes) ou dos 10% em Espanha.
Como é que Portugal o conseguiu? "Tomou as medidas certas na hora certa", respondeu o secretário de Estado da Saúde, António Sales. "A resposta portuguesa ao surto global de coronavírus foi, desde o início, baseada nos melhores conselhos científicos e na experiência de outros países. Foi regularmente reavaliada e adaptada a uma evolução muito rápida. O país preparou-se para o pior cenário", afirmou ao jornal britânico.
O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, falou ao jornal britânico "The Guardian"
A decisão de fechar todas as escolas e universidades em meados de março, quando ainda se contabilizavam pouco mais de 100 casos de Covid-19 e nenhuma morte, foi "crucial". "Antecipando a disseminação da infeção e transmissão pela comunidade, o governo decidiu fechar instituições de ensino para limitar o contacto de uma grande quantidade de pessoas num local confinado", acrescentou Sales.
Sales destaca "cinco anos de investimentos sustentados" no SNS
O "The Guardian" nota que "seis dias após o encerramento dos estabelecimentos de ensino do país, Portugal declarou estado de emergência e entrou em confinamento total, depois de registar 448 casos". Por sua vez, aponta ainda o jornal, "Espanha entrou em confinamento em 14 de março, depois de registar mais de 6000 casos".
Outras medidas importantes que o secretário de Estado salienta passam pelo facto de o governo se ter "movido rapidamente" para aumentar a capacidade de ventilação invasiva, laboratorial e de internamento nas unidades de cuidados intensivos. A "rápida reação de Portugal", explicou Sales, também se deve aos "cinco anos de investimentos sustentados para trazer o Serviço Nacional de Saúde [SNS] de volta aos níveis pré-austeridade".


Nenhum comentário:

Postar um comentário