As medidas adotadas para frear o coronavirus vão mudar o mundo inteiro.
Os EUA, por exemplo, já tem desemprego de país pobre, com 15 milhões a mais em três semanas e a taxa subindo para 14% ainda neste mês. Se antes ele impedia mexicanos de entrar, agora são os mexicanos que barram os americanos usando o muro que eles mesmo construíram.
Países da Europa que rejeitavam imigrantes, agora precisam deles com urgência.
Alguns dos mais ricos se viraram e continuam bem, como a Alemanha e a Suécia. Outros terão desemprego em massa, quebra de empresas e redução de sua importância para a economia mundial, como a Espanha, a Itália e a França.
Museus, todas as atrações turísticas, operadoras e negócios que giram em torno do turismo precisarão ser salvos, c0m muito dinheiro, pelos governos.
Pela primeira vez os chineses ficam proibidos de comer cães e gatos (tradição por lá), um lado bom da pandemia. O SUS virou exemplo de sistema para países ricos que não têm nada parecido, dando mais “moral” mundial ao país.
As pessoas passaram a valorizar quase tudo o que antes consideravam trivial, como passear na praça, bater papo com os amigos num café, levar a família numa pizzaria, abraçar, beijar e fazer compras.
Pela primeira vez a gente pode ver a diferença que nossa atividade humana faz no nível de poluição em cidades como São Paulo, que ficou limpa.
Na China, muitas cidades viram ao céu pela primeira vez na atual geração e na Índia, o Himalaia fico visível para cidades que não o viam por causa da poluição extrema.
Em grandes centros, pássaros voltaram a frequentar praças e parques como faziam no tempo de meus avós.
O egoísmo do Congresso, que anunciou cortes do próprio salário mas só usou isso como marketing oportunista, ficou ainda mais patente.
Quem defendia mais feriados, hoje se arrepende. Quem desprezava o seu emprego porque não era o do sonhos, também.
Os adolescentes que sempre estudaram de cara amarrada hoje estão vendo a falta que a escola faz.
O futebol nacional talvez finalmente adote o calendário do resto do mundo por falta de opção, o que seria ótimo.
As aulas online ganharam impulso e podem melhorar os cursos presenciais como um novo tipo de reforço.
O tempo extra fez com que a gente descobrisse novos e maravilhosos youtubers, de comediantes e professores a donos de tutoriais bacanas.
Eu mesmo aprendi a usar o editor de vídeos Shotcut em boas aulas online.
Mais países só terão o Brasil como alternativa para comprar alimentos, bombando nossas exportações.
São Paulo, a “cidade que não para”, finalmente parou para respirar um pouco.
Quando morava lá, gostava de ficar na cidade nos feriadões, quando as ruas e avenidas estavam vazias e me sentia dono de tudo. Hoje, é feriadão todo dia...
A pesquisa centífica ganhou importância e deve conseguir mais recursos e espaço nos governos.
As pessoas redescobriram o hábito de andar para ir a lugares próximos, sem ônibus ou táxi circulando.
Lavar as mãos é outro bom hábito valorizado na crise, assim como deixar os sapatos na entrada ao vir da rua.
Neste ponto o Japão já levava vantagem. Deixar os sapatos na entrada é costume antigo e etiqueta obrigatória para as visitas.
A diferença entre a imprensa séria, focada na crise de saúde e de economia com o coronavirus, e a especulativa, agarrada a futricas políticas (como Globo, Folha e UOL) ficou ainda mais patente.
O rádio explodiu e mostrou mais uma vez que é o veículo mais próximo das pessoas e o mais influente. Na crise, também é o de melhor custo/benefício para empresas de todos os tipos.
Muita gente descobriu que pode trabalhar em casa, outras confirmaram que não conseguem. Enfim...
O mundo depois da crise do corona será outro. Melhor.
# O editorial de A Região, por Marcel Leal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário