sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

POR UNA CABEZA



Buenos Aires – O tango, de raízes suburbanas, tem também uma “história negra” que se relaciona com os ritmos afroargentinos, um “segredo” que foi resgatado pelo antropólogo Norberto Pablo Círio. “Apesar de sempre existir esse rumor sobre a presença negra no tango, esse assunto nunca foi bem estudado e compreendido”, explica  Círio à Agência Efe, promotor da exposição “Historia Negra Del Tango”, que acaba de ser inaugurada em Buenos Aires.

O antropólogo decidiu entrar em contato com a comunidade argentina de ascendência africana para saldar essa “dívida histórica e social com um dos grupos fundadores do país”. Sob o lema que “tudo tem sua história negra, mas desta vez estamos orgulhosos”, o antropólogo organizou uma mostra composta por mais de uma centena de peças que pretendem provar este pioneiro enfoque sobre uma realidade que havia sido vagamente tratada na academia e sempre a partir de uma perspectiva branca, lembra Círio.

Partituras, discos e fotografias originais de época e em sua maior parte inéditas cedidas para a ocasião formam o percurso feito nas últimas décadas do século 19 e analisa o candombe, “a música e o baile distintivos e emblemáticos desta comunidade”, e a música de carnaval, que para Círio desenham o contexto no qual nasceu o tango.

A exposição aprofunda na presença de afro-argentinos nos diferentes períodos do tango como gênero, a partir da figura de Rosendo Mendizabal, “um marco indiscutível” nas origens do tango, opina o especialista.

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