domingo, 24 de maio de 2020

ALBEWRT CAMUS: DISCOURS DU PRIX NOBEL




Albert Camus nasceu na costa da Argélia, numa localidade chamada Mondovi, durante a ocupação francesa, numa família pied-noir.
Camus conheceu cedo o gosto amargo da morte: o seu pai morreu em 1914, na batalha do Marne, durante a Primeira Guerra Mundial. A sua mãe então foi obrigada a mudar-se para Argel, para a casa de sua avó materna, no famoso bairro operário de Belcourt onde, anos mais tarde, durante a guerra de descolonização da Argélia, houve um massacre de muçulmanos.
O período de sua infância, apesar de extremamente pobre, é marcado por uma felicidade ligada à natureza, que ele volta a narrar em O Avesso e o Direito, mas também em toda a sua obra. 
Na casa, moravam, além do próprio Camus, o seu irmão que era um pouco mais velho, a sua mãe, a sua avó e um tio um pouco surdo, que era tanoeiro, profissão que Camus teria seguido se não fosse pelo apoio de um professor da escola primária Louis Germain, que viu naquele pequeno pied-noir um futuro promissor. 
Ao princípio, a sua família não via com bons olhos o fato de Albert Camus seguir para a escola secundária, sendo pobre. O próprio Camus diz que tomar essa decisão foi difícil para ele, pois sabia que a família precisava da renda do seu trabalho. Portanto, ele deveria ter uma profissão que logo trouxesse frutos - como a profissão do seu tio. 
No fundo, Camus também gostava do ambiente da oficina, onde o tio trabalhava. Há um conto escrito por ele que tem como cenário a oficina e no qual a camaradagem entre os trabalhadores é exaltada.
A sua mãe trabalhava lavando roupa para fora, a fim de ajudar no sustento da casa. Durante o segundo grau, ele quase abandonou os estudos devido aos problemas financeiros da família. 
Neste ponto, um outro professor foi fundamental para que o ganhador do Prémio Nobel de 1957 seguisse estudando e se graduasse em filosofia: Jean Grenier. Tanto Grenier quanto o velho mestre Guerin serão lembrados posteriormente pelo escritor. O Homem Revoltado (1951) é dedicado a Grenier, e Discursos da Suécia (que inclui o discurso pronunciado por Camus, ao receber o Nobel), a Germain.

Entre os dias 5 e 7 de agosto de 1949, em visita ao Brasil, Camus foi até Iguape conhecer a festa em louvor do Senhor Bom Jesus de Iguape, acompanhado de Oswald de AndradePaul Silvestre, um adido cultural francês, e Rudá de Andrade, filho de Oswald, além do motorista. 
O grupo ficou hospedado num quarto do hospital "Feliz Lembrança", porque todos os hotéis estavam esgotados. Dessa visita surgiu o conto -- um tanto irónico-- intitulado La Pierre qui pousse (A Pedra que brota), em seu livro "O Exílio e o Reino", sobre um engenheiro francês d'Arrast em passagem por Iguape. 
A santa imagem, após ser encontrada na praia do Una, na Jureia, em 1647, foi levada à principal fonte do município, onde deveria ser lavada para remoção da areia e do sal. No local onde está a pedra que cresce foi construída uma pequena capela abobadada, popularmente chamada de Gruta do Senhor. 
Os romeiros, acreditando nos poderes milagrosos da pedra sobre a qual havia sido colocada a imagem para ser lavada, começaram a retirar-lhe lascas. Após séculos tendo lascas removidas, porém, a pedra continuava com o mesmo tamanho, dando origem à lenda da pedra que cresce.

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