... EM SALVADOR
DA JANELA LATERAL, DO QUARTO DE DORMIR...
Em temos difíceis de quarentena, restrição, e iminente crise econômica, é natural que pessoas encontrem conforto na arte e na música.
Não somente no Brasil, mas antes na Itália, que deu o primeiro exemplo, surgiu o fenômeno das apresentações feitas nas varandas, por músicos que anseiam por um público, certamente com a melhor intenção de aliviar o fardo do confinamento.
É natural também que as pessoas que estão trabalhando em casa, ou que simplesmente não sentem necessidade de conforto musical, sejam tolerantes e pacientes, por empatia, com essas iniciativas.
É importante entretanto, e cumprindo a função da página, observar que existe um limite muito sutil e delicado entre a arte musical e a perturbação ao sossego do vizinho. Em nossa visão, o ideal é que fossem utilizados meios virtuais para criar essa rede de conforto.
O alívio da ansiedade de uns, mesmo quando pensamos ser nossa música da melhor qualidade possível, é o alimento da ansiedade de outros. É necessário que as pessoas escolham escutar, ou mesmo a mais clássica arte popular se tornará um barulho intolerável.
Uma "cultura" que impõe a arte para o público (que a deseja) e o não público que não a quer, sequer merece tal nome, pois perdeu seu sentido mais puro de "cultura", de ser algo "cultivado", "cuidado", "relembrado" pelas pessoas. Virou apenas uma agressão e falta de educação.
Lembre-se, o lar é inviolável. Não obrigue as pessoas a participarem de sua celebração. Atualmente existem inúmeros meios de atingir aqueles que realmente necessitam do poder terapêutico da música.
E você, já passou por algum problema de barulho nesse período de isolamento? Deixe sua história.
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