quarta-feira, 8 de março de 2023

PRÊMIO PRITZKER 2023

 David Chipperfield vence o Prêmio Pritzker 2023, considerado o Nobel da arquitetura


Por France Presse

O britânico David Chipperfield foi reconhecido por seu trabalho "discreto, mas transformador" e ganhou nesta terça-feira (7) o Prêmio Pritzker 2023, considerado o Nobel da arquitetura.

O arquiteto, urbanista e ativista foi reconhecido aos 69 anos por seu "design moderno e atemporal, que enfrenta emergências climáticas, transforma relações sociais e revitaliza cidades", anunciou a Fundação Hyatt, responsável pela premiação desde 1979.

Para o júri, o trabalho de Chipperfield mostra seu "compromisso" com uma "arquitetura de presença cívica discreta, mas transformadora", com relevância para a sustentabilidade e "estruturas capazes de perdurar, física e culturalmente".

O arquiteto, que mora em Londres, é conhecido por renovar e reconstruir edifícios antigos, adaptando-os às necessidades modernas sem deixar de respeitar sua história e cultura.


"Como arquiteto, sou de certa forma o guardião do significado, da memória e do patrimônio", disse Chipperfield, em nota divulgada após o anúncio do Pritzker (leia mais abaixo).

"As cidades são registros históricos. Sabemos que, como arquitetos, temos um papel importante e comprometido com a criação não apenas de um mundo mais bonito, mas também justo e sustentável."

 

Alguns dos trabalhos mais conhecidos do arquiteto são:



  • Museu Jumex, na Cidade do México




  • Reforma do Neues Museum, em Berlim, na Alemanha 



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  • Novo prédio que abriga o Museu de Arte de San Luis, no Missouri, nos EUA




  • Museu de Literatura Moderna em Marbach, na Alemanha




  •  Biblioteca Pública de Des Moines, em Iowa, nos EUA.



O Pritzker 2023 será entregue em maio, em uma cerimônia em Atenas. Com escritórios em Berlim, Milão, Xangai e Santiago de Compostela, Chipperfield tornou-se o 52º vencedor do prêmio, que já foi recebido por dois brasileiros: Paulo Mendes da Rocha e Oscar Niemeyer.

O museu conhecido Neues Museum, em Berlim, em imagem de 15 de outubro de 2009, pouco antes de sua reabertura depois de ter sido destruído em um bombardeio na Segunda Guerra Mundial; construído originalmente por Friedrich August Stueler entre 1843 e 1855, ele foi restaurado pelo arquiteto britânico David Chipperfield, ganhador do Prêmio Pritzker 2023  — Foto: Markus Schreiber/AP

O museu conhecido Neues Museum, em Berlim, em imagem de 15 de outubro de 2009, pouco antes de sua reabertura depois de ter sido destruído em um bombardeio na Segunda Guerra Mundial; construído originalmente por Friedrich August Stueler entre 1843 e 1855, ele foi restaurado pelo arquiteto britânico David Chipperfield, ganhador do Prêmio Pritzker 2023 — Foto: Markus Schreiber/AP



O que disse Chipperfield


Na nota divulgada após o anúncio do Pritzker 2023, Chipperfield disse levar o prêmio como um incentivo para seguir dirigindo sua atenção "não só para a essência da arquitetura e seu significado, mas também para a contribuição que podemos dar enquanto arquitetos para enfrentar os desafios existenciais das alterações climáticas e da desigualdade social".

No comunicado, ele explicou:


"As cidades são dinâmicas, não param por aí, elas evoluem. E nessa evolução removemos edifícios e os substituímos por outros. Nós nos escolhemos, e o conceito de proteger apenas o melhor não é suficiente. Trata-se também de proteger caráter e qualidades que refletem a riqueza da evolução de uma cidade".

 Ele considera necessário "enfrentar este desafio e ajudar a inspirar a próxima geração para que assumam esta responsabilidade com visão e coragem".


'Confiança sem arrogância'


Para o vencedor do Pritzker em 2016, o arquiteto chileno Alejandro Aravena, os edifícios de Chipperfield "sempre resistirão ao teste do tempo porque o objetivo final de sua atividade é servir ao bem comum". "Desviar do que está na moda lhe permitiu permanecer."

Tom Pritzker, presidente da Fundação Hyatt, elogiou o compromisso de Chipperfield.

"Ele tem uma confiança sem arrogância", disse o presidente em comunicado. Para ele, o arquiteto evita "constantemente as modas para confrontar e manter as conexões entre tradição e inovação, a serviço da história e da humanidade".


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